O desempenho da agropecuária brasileira, que cresceu 3,9% e foi o principal impulsionador da economia do país em 2011, foi puxado pelo aumento de produtividade e pela elevação das exportações de alimentos, principalmente para a China. A avaliação é do vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Joel Naegele.
Para ele, os dados confirmam que o setor está em expansão e não foi afetado pela crise europeia, como ocorreu com a indústria.
“A maior necessidade do mundo por alimentos, principalmente no caso da China, que continua comprando, impulsiona o setor porque poucos países do mundo têm a capacidade de produção de alimentos como o Brasil. Com a indústria aconteceu o inverso. Com a supervalorização do real, as exportações diminuíram muito. As pessoas não deixam de comer, mas podem deixar de comprar uma roupa, um brinquedo, ou protelam essa compra”, explicou.
Ele também citou os avanços tecnológicos, graças principalmente a estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que permitem aumentar a produtividade no campo.
Na avaliação de Naegele, o setor vai continuar impulsionando o PIB brasileiro nos próximos anos.
De acordo com dados divulgados hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado da agropecuária foi influenciado pelo aumento da produção de algodão, fumo, arroz, soja e mandioca, apesar das quedas nos plantios de cana-de-açúcar, café e trigo.
Os outros setores que compõem o PIB sob a ótica da produção tiveram aumento de 1,6% no caso da indústria, e de 2,7% no dos serviços.
A economia brasileira teve expansão de 2,7% no ano passado, depois de uma alta de 7,5% em 2010.