O transporte de combustíveis e derivados de petróleo em Minas Gerais está suspenso desde a zero hora desta quinta-feira. A paralisação, por tempo indeterminado, conta com a adesão de grande parte das transportadoras que prestam serviços às distribuidoras que atuam no estado.
O presidente do Sindicato dos Transportadores de Combustível e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque), Irani Gomes, afirmou que vai faltar combustível nos postos já nesta quinta-feira. "Hoje à tarde já vai começar a faltar, já que não houve abastecimento nos postos pela manhã", disse.
Em contrapartida, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo de Minas Gerais (Minaspetro), entidade que representa os postos de combustível de Minas Gerais disse que a situação é de normalidade na manhã desta quinta-feira, já que os postos da capital e do interior estão estocados, mas a associação não descarta a falta de combustível nos postos a curto prazo. "Estamos monitorando", afirmou a assessoria de imprensa do sindicato.
Já o Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom), que representa, as principais companhias distribuidoras de combustíveis e de lubrificantes, informou que ainda está fazendo um levantamento sobre a situação em Minas, mas adiantou que está tomando as providências para assegurar o fornecimento de combustíveis no estado.
Reivindicações
As transportadoras protestam contra o aumento do Imposto sobre Circulação de mercadorias e Serviços (ICMS) do diesel, que aumentou de 12% para 15% no estado no dia 2 de janeiro deste ano (Decreto nº 45.728, de 19 de setembro de 2011), o que tem onerado consideravelmente os custos do transporte
Além da redução do ICMS do diesel, as transportadoras reivindicam a redução de outros impostos e exigências que incidem diretamente nos custos do transporte em Minas Gerais. Segundo o Sindtanque, o ICMS de 15%, um dos mais altos do Brasil, tem resultado em grandes prejuízos às transportadoras de combustíveis e de derivados de petróleo de Minas Gerais, como aumento dos custos do transporte e perdas de fretes, já que os postos existentes nas cidades mais afastadas da base de Betim, e mais próximas de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia, estão optando por adquirir o diesel nestes Estados, onde o imposto é de 12%.
São Paulo
Mesmo com o fim da paralisação de caminhoneiros, postos da região metropolitana de São Paulo devem continuar com falta de combustível nos próximos dias. Os sindicatos afirmam que a normalização do abastecimento pode demorar até dez dias. A paralisação no estado teve início na segunda-feira e ocorreu devido ao início das multas aos caminhões que trafegarem na marginal Tietê entre as 5h e as 9h e entre as 17h e as 22h, de segunda a sexta-feira, e das 10h às 14h aos sábados. A multa é de R$ 85,13 e acarretará acréscimo de quatro pontos na habilitação.