A nova diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, afirmou hoje que pretende rever a gestão interna da instituição de forma a ajustá-la a seu perfil. As mudanças começarão com a secretaria-executiva, que cuida do planejamento interno da casa. Hoje, o cargo é ocupado por Murilo Mota.
Magda também anunciou que serão feitas mudanças em superintendências internas de forma a melhorar processos. Hoje, há 16 superintendências. Um novo concurso ainda não previsto é esperado para o ano que vem. O quadro da ANP tem 1.200 pessoas, sendo mais de 700 permanentes.
Ela informou que está pleiteando mais 152 vagas para a agência. Destas, pelo menos metade, ou 76, devem ser alocadas para fiscalização direta. Para a executiva, a equipe de offshore precisa ser pelo menos dobrada.
O núcleo de segurança operacional tem dez fiscais. O objetivo é adotar uma fiscalização inteligente, afirmou. "Não quero um fiscal por posto", disse. No último ano, disse, a agência fez 129 fiscalizações e encontrou mais de 1.000 não conformidades.
Magda, que está nos quadros da ANP desde 2002 como assessora da diretoria e diretora desde 2008, foi empossada no cargo na última sexta-feira. Engenheira civil com pós-graduações na área de petróleo, ela fez carreira na Petrobras onde entrou como estagiária em 1980 e é vista como uma técnica. Sua nomeação partiu diretamente da presidente Dilma Rousseff, de quem contava com a simpatia. As duas se aproximaram quando Dilma era ministra da Casa Civil.
A engenheira substituiu Haroldo Lima (PCdoB) na diretoria-geral, que deixou o cargo vago em dezembro. A vaga foi ocupada interinamente por Florival Peixoto, escolhido por uma regra interna de rodízio.
Foi Lima quem a indicou para a diretoria em 2008, numa nomeação que contou com a simpatia do PT e do PCdoB. Ao lado de Lima, Magda participou da elaboração do novo marco do setor de petróleo. Também foi sob seu comando que a ANP contratou a Petrobras para perfurar os blocos de Franco e Libra, que posteriormente se confirmaram como dois dos maiores do Brasil.
11ª rodada
Magda Chambriard preferiu não comentar sua posição sobre a necessidade de realização da 11ª rodada de licitação de áreas exploratórias neste ano, mas afirmou que todos os estudos para a realização da rodada estão prontos e foram entregues ao Ministério de Minas e Energia (MME), depois aprovados pelo Conselho Nacional de Política Energética.
Ela afirmou que ainda não teve oportunidade de conversar com a presidente Dilma Rousseff sobre a questão, mas explicou que os estudos mostram que no fim de 2015, início de 2016, a área de exploração vai ser zerada: ou serão feitas descobertas de petróleo, e deixam de ser enquadradas como áreas exploratórias, ou se extinguem.