A novidade cambial do dia é um esforço do governo para evitar que os exportadores sejam prejudicados pelas medidas que vêm sendo tomadas no sentido de evitar a valorização excessiva do real. Pela nova regra, os exportadores estão isentos do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em operações com derivativos cambiais que somem até 1,2 vezes o volume exportado no ano anterior. O objetivo do governo, explicitado no decreto, é isentar as posições que são montadas com objetivo de proteção cambial (hedge).
A percepção inicial dos operadores é de que a mudança será bem recebida já que simplifica a vida desses participantes do mercado. Além disso, ela pode incrementar os volume de negócios com derivativos, que foi inibido quando o tributo foi instituído. E isso agrada ao mercado como um todo.
Quanto ao impacto na trajetória esperada para o dólar, na manhã desta sexta-feira, a opinião é de que é de queda, mas limitada. O dólar à vista abriu o dia valendo R$ 1,799, com perda de 0,28%. Alguns especialistas acreditam que a influência continuará praticamente imperceptível e que a nova regra não será determinante no rumo dos negócios. Outros avaliam que esse impacto esse inicial perdurará, mas será limitado. "A tendência é de uma queda, mas o próprio mercado tem claro que, se ela for forte haverá intervenção do BC. Por isso, o dólar deve andar mais de lado", disse um desses operadores.
Um terceiro especialista ouvido pela Agência Estado também aposta numa pequena pressão de queda e vai além. Para ele, "será necessário o governo o governo ficar de olho para evitar que surjam novas brechas de arbitragem". Mas isso fica um pouco mais para a frente, segundo ele.
Agora, o mercado espera esclarecimentos sobre a novidade cambial. Às 10h30, um representante da Fazenda dará entrevista coletiva sobre os detalhes.
O euro recebe outra influência positiva. Foi confirmado que a Grécia receberá, na próxima segunda-feira, a primeira parte do empréstimo resultante da reformulação recente da dívida na segunda-feira. Mas ainda temos as preocupações com Portugal, Espanha e Irlanda no radar e a premiê Angela Merkel não está ajudando muito. Esta manhã, ela disse que não há planos para aumentar a capacidade do fundo de auxílio aos países com dificuldade.