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Estado de Minas

Cedro vai contra a maré e cresce

Companhia têxtil apresenta avanço de 6,7% em 2011, com lucro líquido de R$ 15,9 milhões e alta na geração de caixa


postado em 17/03/2012 06:00 / atualizado em 17/03/2012 07:17

Em um ano difícil para a indústria têxtil, a companhia de tecidos Cedro Cachoeira apresentou crescimento de 6,7% da receita líquida, que chegou a R$ 527 milhões em 2011, na comparação com 2010. O lucro bruto cresceu de 14,6% e o lucro líquido, já descontados todos os custos, taxas e impostos, avançou 8,7% ante o ano anterior, somando R$ 15,9 milhões. A geração de caixa da empresa foi de R$ 56 milhões em 2011, o que representa avanço de 30,5% na comparação com os 12 meses anteriores.

O primeiro semestre de 2011 foi melhor do que o segundo, no qual tivemos que administrar (reduzir) nosso volume de produção, explicou Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Cedro e da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Segundo ele, a margem de lucro poderia ter sido melhor, mas a fábrica produziu cerca de 30% menos nos seis últimos meses do ano. Hoje, a capacidade instalada da Cedro está sendo utilizada em 81%.

A importação de tecidos e roupas da Ásia vem tirando mercado do segmento, que reclama com o governo federal a desoneração da folha de pagamento. Em agosto do ano passado, o governo federal lançou o plano Brasil Maior, com medidas para defender a indústria e o mercado interno. Uma das propostas era a mudança da cobrança de contribuições para o INSS, que deixaria de ser feita sobre a folha de salários para incidir sobre o faturamento. O objetivo do governo era cobrar 1,5% sobre as vendas, mas o setor não aderiu e luta pelo percentual de 0,8% para as confecções e de 1% para as fábricas de tecido.

"Conversei ontem (quinta-feira) com o ministro Guido Mantega (Fazenda) sobre nossa reivindicação e acredito que o governo está disposto a defender a indústria nacional", diz Diniz Filho. De acordo com o presidente da Abit, essa é uma das medidas necessárias para proteger as empresas do setor contra a importação predatória. Somente no segmento de confecção, a mão de obra representa 48% do custo total de produção.

No ano passado, enquanto a produção industrial do segmento têxtil registrou queda de 14,88% e a de confecções de 4,4%, as vendas no varejo dos dois segmentos subiram 11,82% em receita e 3,58% em volume por causa da entrada dos importados. Apesar do déficit de US$ 4,8 bilhões na balança comercial do segmento em 2011, Aguinaldo Diniz reconhece que se as importações de tecidos e confecções fossem interrompidas hoje no país a indústria brasileira não teria como atender à demanda do mercado interno. Em média, as fábricas de tecido e confecção estão usando 83% de sua capacidade instalada e para trabalhar acima desse patamar seriam necessários mais investimentos.

Por outro lado, ele explica que como o setor têxtil e de confecções é intensivo em mão de obra – e não em capital – , o aumento da demanda interna com uma eventual queda na importação poderia ser concluído em prazo relativamente curto. “A maturação de investimento no segmento têxtil é de 12 meses. Se a Cedro precisasse dobrar a sua produção, faria isso em um ano e meio”, sustenta. Em 2012, a Abit estima que a indústria têxtil e de confecção deverá crescer 1,5% na comparação com 2011, ao passo que as vendas físicas no varejo crescerão o dobro: 3%. O faturamento deverá permanecer na casa dos R$ 63 bilhões, como em 2011.


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