A Gol vai reduzir a oferta de voos diários a partir de março em resposta ao fraco desempenho operacional em 2011 em relação ao ano anterior. A empresa encerrou 2011 com prejuízo de R$ 710,4 milhões e, no ano anterior, a empresa obteve lucro líquido de R$ 214,2 milhões. A Gol atribui os prejuízos à alta de custos operacionais, puxadas pela alta nos gastos com combustíveis, com funcionários e com material de manutenção.
Em entrevista coletiva, o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, disse que entre 80 e 100 voos diários da Gol e da Webjet, dos 1.150 realizados por dia, serão cortados já neste mês. A assessoria de comunicação da companhia informou que a redução ocorrerá apenas em voos noturnos e nenhum destino deixará de ser cumprido. A empresa, porém, não divulgou qual estado será mais afetado, mas ressaltou que as reduções ocorrerão nos locais onde a Gol e a Webjet já operam com um número de voos mais do que o suficiente.
A Gol registrou um lucro líquido de R$ 54,27 milhões no quarto trimestre do ano passado, queda de 59% em relação ao lucro de R$ 132,21 milhões obtido no mesmo período de 2010. No acumulado de 2011, contudo, a companhia aérea apresentou um prejuízo de R$ 669,5 milhões, variação negativa de 412% sobre o lucro de R$ 214,2 milhões conseguido no ano anterior.
Entre outubro e dezembro, o Ebitdar (lucro operacional antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações somado ao valor dos custos operacionais com arrendamento mercantil de aeronaves e com arrendamento suplementar de aeronaves) recuou 49,7% e ficou em R$ 238,9 milhões, ante R$ 475 milhões no quarto trimestre de 2010. Nos 12 meses de 2011, o Ebitdar totalizou R$ 747,9 milhões, queda de 51,3% sobre o R$ 1,54 bilhão registrado em 2010.
Demissões
Na última sexta-feira (23), a Gol iniciou um programa de demissão voluntária direcionado a tripulantes - pilotos, copilotos e comissários de bordo. Em nota, a companhia informou que a medida foi tomada "para garantir a manutenção de um quadro de colaboradores condizente com suas necessidades operacionais em um período de baixa demanda". A companhia também informou que as inscrições para que tripulantes manifestem a eventual intenção de serem desligados da empresa vão até o dia 29 deste mês. A empresa também aderiu à diminuição do número de funcionários por meio de licenças não-remunerada.
A empresa destaca que os custos operacionais subiram 41% no período, puxadas pela alta de 56,6% nos gastos com combustíveis, de 30% com funcionários e de 148% com material de manutenção.