(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Confins será interligado às maiores cidades do entorno

Governo vai licitar em julho as obras de construção de novos acessos viários ao aeroporto para ligar terminal às estradas da região, com investimentos previstos de R$ 500 milhões


postado em 28/03/2012 06:00 / atualizado em 28/03/2012 09:44


Estradas serão abertas na região para interligar o terminal aéreo com o obetivo de assegurar mobilidade às empresas que planejam se instalar no polo de alta tecnologia do Vetor Norte da Grande BH (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Estradas serão abertas na região para interligar o terminal aéreo com o obetivo de assegurar mobilidade às empresas que planejam se instalar no polo de alta tecnologia do Vetor Norte da Grande BH (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

O governo de Minas Gerais prepara para julho o lançamento das licitações destinadas à construção de novos acessos viários ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, de Confins, na Grande Belo Horizonte, interligando o terminal às maiores cidades do entorno. As obras são essenciais para dar a mobilidade que a região necessita com a modernização e expansão do aeroporto e o suporte à consolidação do corredor multimodal de alta tecnologia da Região Metropolitana de Belo Horizonte. O polo terá ênfase na produção de componentes eletrônicos, biotecnologia, tecnologia da informação e capacitação de pessoal para toda a cadeia aeronáutica, espacial e de produtos de defesa.

O governador Antonio Anastasia informou, nessa terça-feira, que a primeira etapa do complexo viário vai consumir investimentos da ordem de R$ 500 milhões em infraestrutura no chamado Vetor Norte da Grande BH. “Estão incluídas todas as estradas que cercam o aeroporto internacional e que darão mobilidade para o desenvolvimento do Vetor Norte”, disse, durante encontro na Associação Comercial e Empresarial de Minas (AC Minas). Os recursos serão financiados por agências  de crédito e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

As obras integram um pacote de investimentos de R$ 3,4 bilhões, valor que foi possível depois de o estado negociar junto à União o aval para elevar a sua capacidade de endividamento. A cifra contempla o programa Caminhos de Minas, lançado em 2010, que prevê a construção de estradas ligando regiões de Minas, de competência estadual. Ao todo, serão 7 mil quilômetros de novos acessos, dos quais cerca de 2 mil quilômetros previstos nesta primeira etapa, que engloba o complexo viário do Vetor Norte.

Os projetos executivos dos novos acessos para o entorno do aeroporto de Confins já estão prontos, de acordo com o subsecretário de Investimentos Estratégicos, Luiz Antônio Athayde Vasconcelos. Todo o planejamento consta do chamado master plan do Vetor Norte, desenhado há cerca de quatro anos e que projetou quatro entradas no aeroporto. A estratégia é permitir a circulação de pessoas, veículos e carga num cenário de expansão ordenada em direção a BH, ao Centro de Capacitação Aeroespacial, projetado para Lagoa Santa, a Jaboticatubas, Santa Luzia e Sete Lagoas.

"Toda essa nova malha viária compõe a primeira fase da infraestrutura rodoviária do plano estrutural do Vetor Norte e coloca o aeroporto de Confins em condição estratégica para se consolidar como novo hub (jargão do mercado de aviação que significa centro de distribuição de vôos) do Sudeste", afirma Luiz Antônio Athayde. A integração viária, que tem o terminal como ponto central, exercerá influência sobre toda a Grande BH, visando à implantação do primeiro corredor multimodal de alta tecnologia da região, quer dizer, contemplando transportes aéreo, rodoviário e férreo.

Ainda dentro do planejamento traçado pelo governo, Santa Luzia vai sediar a primeira plataforma multimodal que consiste num conjunto de pátios para caminhões, áreas comerciais e pequenas indústrias de tecnologia. Deverá integrar a estrutura o transbordo para a ferrovia a 6 quilômetros do aeroporto de Confins.

Vetor Sul Como parte da estratégia de criação do polo de  tecnologia, o governo concluiu as negociações com o Banco Mundial para financiar estudos sobre a integração ao polo do Vetor Sul da região, que engloba municípios como Ribeirão das Neves, Contagem, Betim e Ibirité. Athayde informou que a pasta já está trabalhando nos procedimentos para contratação dos levantamentos. São três novos master plan econômicos orçados em US$ 2,8 milhões (cerca de R$ 5 milhões).

Transportes vão receber R$ 13 bi

O setor de transportes está entre os que reservam o maior volume de investimentos em obras de infra-estrutura para o estado até 2016. Levantamento da Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema) revela que os aportes previstos para Minas entre 2011 e 2016 em obras rodoviárias somam R$ 13 bilhões, ou 20% dos recursos totais que chegam a R$ 65 bilhões. Só nos próximos quatro anos serão R$ 62,2 bilhões distribuídos em 886 obras, com valor médio de R$ 70 milhões por empreitada.

O maior destaque fica por conta da área industrial que, sozinha, responde por R$ 26 bilhões, impulsionada principalmente por projetos do setor de mineração. Entre eles, a esperada implantação de uma usina siderúrgica em Congonhas, na Região do Campo das Vertentes, pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) - que totaliza R$ 9,5 bilhões - além da fábrica de amônia da Petrobras no Triângulo Mineiro - mais R$ 1,3 bilhão. Em relação aos aportes esperados para o país, de R$ 1,48 trilhão, o estado fica com apenas 4,4%, na sétima colocação entre as regiões com maior volume de investimentos.

Apesar da participação aparentemente irrisória, o coordenador da pesquisa da Sobratema Brian Nicholson reconhece que Minas sai perdendo diante da comparação com as obras do setor de petróleo e gás que demandam, em média, R$ 2,28 bilhões em investimentos para construção de refinarias e plataformas de exploração. "Os dados ficam muito distorcidos por causa do pré-sal que possui valor médio de aporte muito elevado", pondera Nicholson. Não é por acaso que o setor concentrará R$ 679,4 bilhões em novos empreendimentos até 2016, contra R$ 343,4 bilhões do setor de transportes.

Frota em alta Quanto à frota de equipamentos para construção no país, levantamento inédito da Sobratema mostra que 5% das 500 unidades em funcionamento estão em Minas Gerais. "Mas quando se olha apenas para a oferta de máquinas e equipamentos voltadas para o setor de pavimentação, Minas responde por mais de 10% da participação nacional por concentrar a maior malha rodoviária", pondera Nicholson.

Motivado pelos investimentos estimados para o país, a expectativa é de um elevação de 5% no volume de vendas de equipamentos de construção para este ano, chegando a 88.565 unidades. A concorrência com os importados, que elevou o déficit do setor de máquinas e equipamentos para a casa de US$ 17,9 bilhões em 2011, deve se manter acirrada diante da manutenção do câmbio favorável para fabricantes internacionais.

A Sobratema estima que 29% dos produtos da linha amarela, como tratores, vieram de fora no ano passado, percentual que, para Nicholson, deve ter chegado em seu ponto mais alto. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)