A polícia financeira da Itália anunciou nesta quarta-feira o confisco de mais de € 1,1 bilhão em ativos e bens controlados pela família Kadafi na Itália. O confisco foi feito a pedidos do Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede na Holanda, que tenta obter do governo interino líbio a extradição do filho do falecido governante Muamar Kadafi, Seif al-Islam Kadafi, a Haia, onde deverá enfrentar acusações de crimes contra a humanidade. Muamar Kadafi foi executado por insurgentes líbios em outubro do ano passado. A família Kadafi, contudo, possui um patrimônio de vulto na Itália, ex-metrópole colonial da Líbia.
A polícia financeira "confiscou hoje os ativos fixos e móveis, as ações da família Kadafi nas empresas (italianas) e contas correntes nos bancos", disse o comunicado, que também listou o valor total dos ativos e bens confiscados.
A família Kadafi tem ações em grandes empresas italianas, como o banco UniCredit, a petrolífera paraestatal ENI e a montadora de automóveis e veículos Fiat. As ações foram confiscadas. Segundo as informações da agência Ansa, € 611 milhões confiscados correspondem a ações que a família do falecido governante tem no UniCredit, maior banco de varejo da Itália. Também foram confiscadas ações da família Kadafi na Finmeccanica, uma corporação italiana que produz armamentos e bens de capital.
A polícia também afirma que confiscou as ações da família Kadafi no time de futebol Juventus de Turim, um edifício em Roma, 150 acres de florestas na ilha de Pantelleria e dois automóveis. Também foram confiscados bens e dinheiro de Abdullah al Senoussi ex-chefe da espionagem de Kadafi.