O Banco Central (BC) chama atenção no Relatório de Inflação, divulgado nesta quinta-feira, para o fato de que cresceu a percepção de que as grandes economias emergentes entraram num ciclo de ritmo mais moderado no padrão de crescimento. O BC não cita os países, mas a China está entre os que já sinalizaram um crescimento mais moderado.
O cenário utilizado pelo BC para fazer as suas previsões de inflação contempla baixo crescimento da atividade global, por um período de tempo prolongado. "De fato, nas economias maduras, em diversos casos o ambiente econômico já é recessivo", diz o BC no Relatório Trimestral de Inflação. O BC ressalta que se acumulam evidências que apoiam a visão de que os desenvolvimentos externos são de grande complexidade e se transmitem para a economia brasileira por diversos canais.
Nos Estados Unidos, se por um lado existe percepção mais benigna em relação à atividade econômica (ainda que para o curto prazo), por outro lado há riscos originados, por exemplo, da recente alta nos preços do petróleo e de um cenário de contenção fiscal neste e nos próximos anos. Na avaliação do BC, na Zona do Euro eventos recentes indicam postergação de uma solução definitiva para a crise financeira. "Assim, a região continua com perspectiva de redução ou de baixo crescimento da atividade", enfatiza o BC. De acordo com o relatório, as perspectivas para o crescimento de importantes economias emergentes também ficaram menores. E pior: em casos específicos, apresentam-se como desenvolvimentos duradouros.
Juros
O BC manteve no Relatório de Inflação a avaliação de que há elevada probabilidade de a taxa Selic cair para um patamar "ligeiramente" acima dos mínimos históricos. E nesses patamares se estabilizar. O mínimo histórico é de 8,75%. Para o BC, tem contribuído para a redução das taxas de juros domésticas, inclusive da taxa neutra, o aumento na oferta de poupança externa e a redução no seu custo de captação. Na avaliação do BC esses são desenvolvimentos de caráter permanente.