Os preços no setor de Serviços devem continuar conduzindo a inflação brasileira este ano, inclusive o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), na avaliação do coordenador do indicador e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Paulo Picchetti. Em entrevista para comentar o resultado do indicador em março (0,60%), ele avaliou que o aumento generalizado no indicador no mês passado também refletiu em Serviços. "Há cerca de três anos, os preços (de serviços) estão elevados e não há sinais de que irão desacelerar fortemente. Há momentos em que perdem ritmo, mas quando isso acontece a diminuição tem sido insuficiente para empurrar os preços para baixo", explicou. Conforme a FGV, o grupo Serviços subiu 1,40% em março, após elevação de 0,90% em fevereiro.
Picchetti disse que, mais uma vez, a inflação do item empregada doméstica mensalista voltou a chamar a atenção e puxou o IPC-S para cima, refletindo o aumento do salário mínimo, que baliza o pagamento
Para o pesquisador da FGV, o mercado de trabalho ainda aquecido e a expectativa de crescimento da economia maior neste ano em relação a 2011 devem permanecer impulsionando os preços de Serviços. "Por isso não vejo reversão dos preços ao longo do ano. Pelo contrário. A estimativa de retomada da atividade no segundo semestre deve deixar o item Serviços ainda mais pressionado", completou.