A Bovespa iniciou a semana refletindo o mau humor dos investidores ante o dado de trabalho ruim nos Estados Unidos e a aceleração da inflação na China. Depois de perder os 63 mil pontos logo na abertura, a Bolsa acompanhou Nova York e se manteve em queda durante toda a sessão. O índice encerrou a segunda-feira com declínio de 1,21%, aos 62.923,21 pontos - o menor patamar desde 30 de janeiro, quando atingiu 62.770,01 pontos. O giro financeiro limitou-se a R$ 4,784 bilhões - o menor volume desde 9 de janeiro (R$ 4,647 bilhões), indicando que os investidores não estão muito dispostos a tomar risco.
Na mínima, o índice atingiu 62.462 pontos (-1,93%) e, na máxima, 63.690 pontos (estável). Das 70 ações que compõem o Ibovespa, apenas 11 encerraram em alta. Blue chips - Vale e Petrobras -, siderúrgicas e bancos também fecharam no vermelho. As construtoras, que têm apresentado performance mais positiva do que negativa, hoje sucumbiram às perdas.
Vale acompanhou a queda do cobre na Comex, e o papel ON caiu 1,05% e o PNA, -0,85%. Gerdau PN (-1,50%), Gerdau Metalúrgica PN (-1,86%), Usiminas PNA (-1,33%) e Siderúrgica Nacional ON (-0,71%). Os contratos de cobre para entrega em maio fecharam com queda de 1,99%, a US$ 3,7200 por libra-peso, na Comex, a divisão de metais da bolsa mercantil de Nova York (Nymex). Na Europa, a maior parte dos mercados permaneceu fechada em respeito ao feriado da Páscoa.
Entre os bancos, Banco do Brasil ON caiu 0,21%, Bradesco PN (-0,52%), Itaú Unibanco (-1,52%) e as units do Santander (-1,32%). As ações também refletem o anúncio feito hoje pela Caixa Econômica Federal de um novo pacote de corte de juros, medida iniciada a semana passada pelo BB.
Na sexta-feira, quando os mercados aqui e lá fora estavam fechados em razão do feriado de Páscoa, o Departamento do Trabalho dos EUA informou a criação de 120 mil vagas de trabalho em março, bem abaixo da expectativa do mercado, de 203 mil. A notícia contribuiu para aumentar as dúvidas sobre o ritmo de recuperação da economia norte-americana.
Na madrugada desta segunda-feira foi a vez da China preocupar os investidores. O país registrou inflação de 3,6% em março ante o mesmo mês de 2011, o que indica uma aceleração em relação à alta anual de 3,2% de fevereiro.