Com um saldo desfavorável de quatro quedas nos seis pregões de abril, a Bovespa abre a sessão desta quarta-feira em busca de uma recomposição. Mas a performance no mês deve seguir combatida, uma vez que o ambiente para aplicações em risco permanece inseguro. O que pode salvar os negócios é uma nova ação dos bancos centrais, colocando em evidência o Livro Bege que o Federal Reserve divulga nesta tarde. O Ibovespa abriu em alta de 0,39%, aos 61.976,86 pontos.
A rápida mudança de sentimento nos mercados acionários pelo mundo - motivada pelo ressurgimento das preocupações com a zona do euro, a fraqueza da economia dos EUA e a desaceleração na China - dividiu os analistas em duas alas: pessimista e otimista. Enquanto uns acreditam que a aversão ao risco está apenas começando e outros apostam que a correção técnica não deve ir muito além, a dúvida que fica é em qual novo intervalo a Bolsa deve atuar, depois de passar dos 65 mil para os 61 mil pontos apenas no início deste mês.
Para o analista gráfico Gilberto Coelho, depois de perder os suportes em 65 mil e em 62 mil pontos, o Ibovespa aproxima-se perigosamente da antiga resistência, em 60 mil pontos. Segundo ele, há um primeiro suporte intermediário em 61.340 pontos e, somente se voltar acima dos 62 mil pontos é que o índice à vista deve ganhar fôlego para buscar, inicialmente, os 63 mil.
"Mas, por enquanto, os sinais são de cautela", pondera Coelho, acrescentando que o Índice de Força Relativa (IFR) está bem baixo, mas ainda em trajetória descendente, o que mantém o cenário de incertezas. Para ele, recuperação, se houver, é de curto prazo.
No exterior, os mercados ensaiam uma recomposição das perdas recentes nesta manhã, apesar de certo desconforto com a perspectiva para a economia global. Na Europa, o níveis mais suaves dos yields dos bônus italiano e espanhol de 10 anos abrem espaço para uma recuperação das principais bolsas da região e, de quebra, do euro. Já em Wall Street, o balanço financeiro melhor que o esperado da Alcoa renova o ânimo.