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Estado de Minas

Juros começam a dar uma trégua; falta crédito para carros


postado em 12/04/2012 06:00 / atualizado em 12/04/2012 08:12

Anfavea diz que falta de financiamento trava vendas de veículos (foto: Cristina Horta/EM/D.A/Press)
Anfavea diz que falta de financiamento trava vendas de veículos (foto: Cristina Horta/EM/D.A/Press)
Brasília – O corte na taxa básica de juros (Selic) dá os primeiros passos positivos de uma longa caminhada. As taxas médias de juros das operação de crédito de pessoas física e jurídica apresentaram, em março, índices históricos, de acordo com a Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). O percentual para pessoas físicas se manteve como em fevereiro, em 6,33%, o menor desde 1995. A taxa relativa a pessoas jurídicas cravou 3,7%, índice 0,02 ponto percentual inferior ao mês anterior e o menor índice desde 2009. As taxas, ainda tímidas ao bolso do consumidor, prometem ter redução mais significativa nos próximos meses com a pressão do governo contra os juros cobrados pelos bancos.

O anúncio do pacote de incentivo ao crédito que inclui a redução de taxas em várias linhas de empréstimos e financiamento foi feito na semana passada pela Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil por pressão da presidente Dilma Rousseff. “A política de redução de juros de bancos fortes como esses deve impulsionar a redução das taxas nos próximos meses. Só os dois bancos são responsáveis por 32% dos ativos. As outras instituições não vão correr o risco de perder clientes”, afirma o vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira.

A redução das taxas de juros para linhas de operações de crédito a pessoas físicas ainda deixa a desejar. Das seis linhas de crédito pesquisadas, os percentuais sobre cheque especial e empréstimo pessoal (bancos e financiadoras) ainda sofreram elevação em comparação com fevereiro . O maior aumento foi sentido nas operações de financiamento via bancos, 0,03 pontos percentuais, passando a 3,84% ao mês.

Em contrapartida, as taxas de juros do comércio apresentaram redução de 0,08 ponto percentual em relação a fevereiro, passando a 4,87%. Em comparação à mesma época do ano passado, a queda foi de 0,77 ponto percentual. Os consumidores que pretendem financiar veículos vão encontrar taxas estáveis em comparação à fevereiro, 1,97%. Os juros do cartão de crédito rotativo, o grande vilão responsável pela inadimplência do brasileiro, também permaneceram os mesmos durante o ano, 10,69%. Em todas as linhas de crédito a pessoa jurídica – capital de giro, desconto de duplicatas e conta garantida – cheque especial – pesquisadas pela Anefac, as taxas apresentaram redução.

Falta crédito para carros

Brasília – O setor bancário não está atendendo a demanda por crédito para aquisição de veículos. Essa foi a queixa apresentada ao ministro Guido Mantega pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O presidente da entidade, Cledorvino Belini, disse que pediu a atenção do governo à oferta de crédito para a aquisição de automóveis, que tem travado as vendas no varejo. “Em função da maior inadimplência, há maior resistência dos bancos em conceder empréstimos. Precisamos destravar isso. Já começou (a melhorar) com o governo reduzindo as taxas dos bancos públicos”, disse Belini.

 O ministro não deu resposta. “Tomou nota”, resumiu o presidente da Anfavea. No entanto, nos bastidores, fontes da equipe econômica admitem o problema que esbarra em outro nó que o governo tenta desatar. A atuação dos bancos privados na concessão de crédito está sendo considerada conservadora e não contribui para o objetivo do governo de fazer a economia voltar a crescer no patamar de 4%.

“O que nós falamos efetivamente é que o governo precisa dar mais atenção à questão do crédito porque, agora, para expandirmos precisamos de mais crédito para o setor. Crédito no varejo, seja dos bancos das montadoras, seja dos bancos em geral”, disse Belini. Apesar da redução das taxas de juros pelo Banco do Brasil e pela Caixa, Belini disse que a participação dessas instituições no financiamento de automóveis ainda é baixa. Ele avaliou que a inadimplência está em processo de queda e que deve se normalizar em breve.
 
Regime Belini disse que também foi feita uma avaliação positiva do novo regime automotivo que entrará em vigor em 2013. “A avaliação que o setor fez foi muito positiva. Confirmamos investimentos no Brasil de US$ 22 bilhões nos próximos anos (até 2015) e, agora, vamos em busca da competitividade do setor no Brasil", afirmou. Segundo ele, os investimentos já começaram a deslanchar, não só no setor de automóveis, mas também no de autopeças.


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