Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, as grandes nações emergentes que constituem o Brics, apoiarão um mesmo candidato à presidência do Banco Mundial, informou nesta sexta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Tomaremos uma posição conjunta do Brics", disse Mantega em uma breve declaração à imprensa, mas sem identificar qual seria o candidato.
Segundo Mantega, pode ser que o grupo chegue a um consenso nesta sexta-feira, já que a eleição do Banco Mundial deve acontecer na segunda-feira. O Brasil tem defendido amplamente uma ruptura com a tradição de sempre entregar a presidência do BM a um americano e a do Fundo Monetário Internacional a um europeu e, além disso, pede mais poder nesses organismos para os países em desenvolvimento.
O Banco Mundial deve definir na próxima semana quem substituiu seu atual presidente, o americano Robert Zoellick. Os três candidatos são o médico americano de origem sul-coreana Jim Yong Kim, a ministra nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala e o economista e ex-ministro da Fazenda colombiano José Antonio Ocampo.
Mantega encontrou na quinta-feira o candidato colombiano, a quem elogiou amplamente. Ocampo "é um excelente candidato, tem qualificações técnicas", disse. No começo do mês, quando recebeu Jim Yong Kim, a quem também elogiou, Mantega já tinha adiantado que buscava uma posição conjunta do Brics.
No encontro com Jim Yong Kim, em Brasília, Mantega afirmou que ambos concordam com a ideia de uma reforma do Banco Mundial que dê maior representatividade às economias emergentes e de que o próximo chefe da entidade deve ser eleito por mérito e não por nacionalidade.
"Não importa a nacionalidade - do candidato - mas deve ser qualificado. E ele está se comprometendo com as reformas do organismo que darão mais representatividade, mais espaço, mais voz aos países emergentes", ressaltou Mantega à imprensa no fim do encontro.