Depois de Grécia, Portugal e Irlanda pedirem ajuda internacional o foco de preocupação agora é a Espanha. Na última semana, investidores ficaram muito preocupados e receosos em comprar títulos da dívida da Espanha, o que elevou o custo do empréstimo aos níveis mais altos em quatro meses. Esse temor fez as bolsas de valores despencarem.
Na realidade, as preocupações com a economia da Espanha existem há tempos. A pressão no mercado de títulos espanhol começou a crescer em 2011 à medida que o déficit do país cresceu e o desemprego se expandiu de forma expressiva. Mas no final de 2011 dois fatores ajudaram a aliviar a pressão. Primeiro, o Partido Popular de Mariano Rajoy - de direita e pró-austeridade - ganhou as eleições em novembro. O segundo fator, foi a injeção de mais de US$ 1,3 trilhão no sistema financeiro da região feita pelo Banco Central da Europa no sistema financeiro da região através de empréstimos subsidiados aos bancos.
A injeção de capital induziu os bancos a comprar dívida do governo, o que reduziu os custos de empréstimo da Espanha. Entretanto, os efeitos dos empréstimos baratos pela Europa se dissiparam e a Espanha está sentindo a ressaca da desconfiança do mercado.
A administração de Rajoy está enfrentando dois grandes desafios: ressuscitar uma economia com 23% de desempenho através da criação de empregos enquanto tenta reduzir seu déficit para satisfazer os investidores via medidas austeras. Para ajudá-los a atingir as metas, o governo já impôs cortes de gastos severos e introduziu reformas nos mercados de trabalho e no setor bancário.
A zona do euro recentemente aumentou o tamanho de seu colchão financeiro para ajudar seus membros, se eles não conseguirem levantar recursos no mercado. Mas a economia espanhola de US$ 1 45 trilhão é duas vezes o tamanho dos três outros pacotes de ajuda juntos. Analistas estão preocupados de que o "colchão" da UE de 800 bilhões de euros não seja grande o suficiente para lidar com a potencial ameaça vindo da Espanha e outros países endividados como a Itália.