A Bolsa de Tóquio, no Japão, fechou em queda acentuada nesta segunda-feira. O fortalecimento do iene estimulou a realização de lucros nas principais exportadoras, como Kyocera e Canon, enquanto estaleiros e atacadistas perderam terreno com as preocupações sobre a desaceleração do crescimento econômico e os fracos preços das commodities.
O Nikkei perdeu 167,35 pontos, ou 1,7%, e terminou aos 9.470,64 pontos, após alta de 1,2% na sessão de sexta-feira. Foi a pior perda porcentual do índice desde 4 de abril. Também foi o 11º declínio nos últimos 14 pregões. O volume de negociações recuou para 1,52 bilhão de ações, o menor desde 16 de janeiro.
O índice principal caiu acentuadamente desde o início da sessão, após os fracos desempenhos das grandes bolsas no exterior na sexta-feira, o crescimento mais lento do que o esperado do PIB da China no primeiro trimestre e o aumento dos rendimentos dos títulos espanhóis. O dólar também caiu para o pior nível em seis semanas em relação ao iene, continuando a sua recente desvalorização.
Não ficou claro se a decisão do Banco do Povo da China (PBOC), que no fim de semana ampliou a banda de flutuação do yuan frente ao dólar de 0,5% para 1%, em vigor a partir de hoje, foi benéfica em si mesma para as empresas japonesas.
"Nós ainda esperamos uma política (chinesa) mais efetiva de flexibilização para continuar a alimentar a economia real. Também esperamos que o governo dê apoio à demanda por empréstimos, reduzindo as taxas de juros em 25 pontos base pelo menos uma vez este ano", disseram analistas da Morgan Stanley MUFG Securities, em nota a clientes.
Kenichi Hirano, da Tachibana Securities, disse que a apreensão permanece sobre as condições econômicas dos Estados Unidos, à frente de vários dados que serão liberados mais tarde. Estes incluem o índice do mercado de habitação da Associação Nacional de Construtores e a pesquisa Empire State sobre o setor manufatureiro.