O Japão dará uma contribuição de 60 bilhões de dólares ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para enfrentar a crise da dívida na Europa, informou nesta terça-feira o ministro japonês das Finanças, Jun Azumi
O FMI anunciou em janeiro que procurava as contribuições necessárias para elevar em 500 bilhões de dólares seus recursos para empréstimos, visando aprimorar o combate à crise da dívida na Europa.
Desde então, o Japão negociava com outros membros importantes do FMI, como China e os países europeus, para concretizar sua contribuição.
Azumi destacou nesta terça-feira que outros compromissos de países não europeus poderão seguir o anúncio do Japão.
Ao fazer este esforço suplementar, Tóquio espera acalmar os mercados financeiros, inquietos agora com a Espanha, após os acordos fechados sobre a dívida da Grécia.
Como contrapartida deste apoio à Europa via FMI, o governo em Tóquio espera que os europeus reforcem suas medidas preventivas para evitar um eventual contágio da crise da dívida à Ásia, destacou Jun Azumi.
A decisão japonesa foi festejada pela diretora do Fundo Monetário, Christine Lagarde, que pediu aos demais membros do FMI que "sigam o exemplo".
"Estou muito agradecida pelo papel de motor e pelo firme compromisso do Japão com o multilateralismo, e faço um amplo apelo aos membros do Fundo para que sigam este exemplo", disse Lagarde na noite desta segunda-feira, em Washington.
Após a Zona do Euro, que prometeu 150 bilhões de euros (196 bilhões de dólares), o Japão é o segundo a revelar o valor de sua contribuição ao FMI para combater a crise econômica na Europa e suas repercussões no mundo.
"O Japão pode se valer em sua história de ter ajudado a outros e de haver apoiado o FMI em sua missão central de contribuir com a estabilidade econômica de todos os seus estados membros", destacou Lagarde.
O anúncio do ministro Jun Azumi significa "uma etapa importante no esforço internacional atual para melhorar a adequação de recursos disponíveis e para prevenir e combater as crises", e deverá "permitir progressos decisivos", estimou Lagarde.
Os recursos do FMI serão o principal tema de discussão do encontro ministerial do G20 previsto para a próxima sexta-feira, em Washington, e da assembleia anual do FMI, no sábado.