O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima nesta terça-feira sua previsão de crescimento dos Estados Unidos, para 2,1% em 2012 e 2,4 em 2013, contra estimativas prévias de 1,8% e 2,2%, respectivamente. Apesar da leve melhora na projeção, o Fundo advertiu em seu relatório, divulgado em Washington, que o país deve solucionar o problema de sua enorme dívida, que ameaça a ainda vulnerável recuperação de sua economia.
"A prioridade das autoridades americanas é alcançar um acordo e comprometer-se a uma agenda com uma política fiscal confiável, que dará uma via sustentável para a dívida de médio prazo", disse o FMI. De acordo com o FMI, até o momento, os Estados Unidos têm conseguido evitar o tipo de crise da dívida que golpeou a Europa, com um crescimento moderado que tem possibilitado certa margem de ação, apesar de as agências de classificação terem reduzido a nota da dívida americana.
A instituição alertou, no entanto, sobre a intensificação da polarização política referente à proximidade das eleições presidenciais, em novembro. Para 2020, a dívida americana poderá elevar-se a 90% do total do PIB americana, o que será "uma carga incomodamente alta", segundo o Fundo. Outra questão levantada pelo FMI foi a relevância dos preços do petróleo para a economia mundial nos próximos anos.
Nesse sentido, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pressionado pelo alto preço da gasolina em um ano eleitoral decisivo, apresentará nesta terça-feira um novo plano de cinco pontos para combater a fraude e a manipulação no mercado de petróleo.
A Casa Branca informou em um comunicado que os cidadãos do país precisam saber que os mercados petroleiros não são influenciados ilegalmente quando "a instabilidade no Oriente Médio contribui para a alta global dos preços do petróleo, que afetam os consumidores nos postos de gasolina".
Fontes do governo afirmaram que o plano incluirá um pedido ao Congresso para fortalecer uma equipe de vigilância da movimentação do petróleo na Comissão de Comércio de Matérias-Primas a Futuro (CFTC). O plano de Obama também proporá o financiamento de novas tecnologias para ajudar a controlar os mercados petroleiros e aumentar as multas civis e penais, de um milhão a 10 milhões de dólares, para aqueles que manipulam preços. Obama também quer adotar medidas que permitam à CFTC administrar a volatilidade dos altos preços e prevenir a excessiva especulação dos mercados.