O mercado de aluguel em Belo Horizonte parece ignorar a lei da oferta e da procura. De janeiro a março deste ano, houve tendência à estabilização nos valores e a alta dos preços foi de 1,83%, contra uma inflação de 2,83% no período na capital. “Se não houver grandes oscilações no cenário econômico brasileiro, a tendência é de estabilização de preço dos imóveis nos próximos meses”, afirma Fernando Júnior, vice-presidente da Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI-MG), que divulgou ontem a pesquisa junto ao Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário (Secovi-MG), e pela Fundação Ipead, vinculada à UFMG. Acontece que, no mesmo período, a oferta de imóveis residenciais caiu 3,4%, o que deveria provocar aquecimento do mercado.
A maior queda na oferta de unidades ficou com os barracões, que lideraram a redução (-21,74%), seguidos dos apartamentos (-3,55%). “O público de baixa renda deve estar com dificuldades de conseguir barracões. Quem é proprietário desses imóveis tende a ter velocidade maior nas vendas”, diz o vice-presidente da CMI.
Na análise dos últimos 12 meses, no entanto, a equação se inverte. Enquanto a oferta de imóveis cresceu 14,34%, o valor do aluguel residencial subiu 9,61% – também bem acima da inflação do período em Belo Horizonte, que ficou em 6,41%. O boom imobiliário, aliás, fez o preço do aluguel subir bem acima da inflação nos últimos anos na capital. Só para ter ideia, no ano passado a alta foi de 10,47%, contra reajuste do custo de vida de 7,22% em 2011.
“Os números são um impacto do cenário econômico brasileiro. A economia está crescendo e isso acaba se refletindo no mercado imobiliário”, observa Júnior.
Comercial
Em março, o reajuste do aluguel comercial foi de 0,81%, contra inflação de 0,30%. “Em Belo Horizonte há uma característica diferenciada porque a cidade não dispõe de terrenos para a construção de novos imóveis comerciais em bairros consolidados como o Centro e a Savassi”, completa Fernando Júnior.