Após a decisão desta semana da Argentina de expropriar a petrolífera YPF, o país provavelmente vai enfrentar uma queda no investimento estrangeiro direto (IED), de acordo com a agência de classificação de risco Fitch. Entre as maiores companhias na América Latina, Europa e Estados Unidos analisadas pela Fitch, os riscos parecem gerenciáveis no caso de uma onda de nacionalização, já que essas companhias têm operações globais diversificadas e, por isso, não sofreriam rebaixamento de seus ratings.
Apesar do pequeno risco para o rating das companhias com possíveis nacionalizações na Argentina, a Fitch acredita que a medida contra a subsidiária da Repsol vai aumentar as incertezas regulatórias, o crescimento do isolamento diplomático e a potencial continuação das políticas governamentais heterodoxas. "Nós acreditamos que isso vai reduzir o IED em setores-chave, como o de energia, serviços públicos e telecomunicações."
Muitas companhias estrangeiras com um longo histórico de investimentos na Argentina já passaram por ambientes regulatórios desafiadores nos últimos anos, principalmente nos setores de matérias-primas, onde a pressão do governo para aumentar investimentos e produção tem sido mais direto.
"Ainda assim, a medida desta semana de expropriar a YPF acrescenta mais uma camada de incertezas para companhias estrangeiras que pretendem investir na Argentina. As empresas estrangeiras já enfrentam grandes obstáculos relacionados aos controles cambiais e as restrições sobre pagamentos de dividendos", aponta a Fitch.