A presidente Cristina Kirchner celebrou em várias ocasiões na semana passada a "recuperação da soberania energética" e a "reargentinização" da empresa petrolífera YPF, expropriada na segunda-feira. Até a manhã daquele dia, a companhia era subsidiária da espanhola Repsol. Mas, ao meio-dia, a presidente, em rede nacional de rádio e TV, anunciou a expropriação da empresa, que antes de ser privatizada, em 1992, foi a maior estatal da história do país.
O discurso da presidente - em tom épico - foi interrompido por frenéticas ovações e cânticos de seu partido, o Justicialista (Peronista), de forma similar à declaração do calote da divida dos títulos públicos com os credores privados feita pelo então presidente provisório Adolfo Rodríguez Saá, em dezembro de 2001, em meio aos aplausos de todo o Parlamento.
O Produto Interno Bruto (PIB), neste ano, deverá crescer 4%, muito inferior à expansão de 2011, de 9,2%, segundo cálculos da consultoria Econiews, comandada pelo ex-secretário de Finanças Miguel Kiguel. O consumo geral também acompanhará esse declínio. Segundo Guillermo Olivetto, presidente da consultoria W, passaria dos 8% de 2011 para um crescimento de somente 4% em 2012.