A aversão ao risco tem elevação nos mercados externos nesta manhã, com a Holanda entrando em foco - após o fracasso das negociações para corte no orçamento - e também preocupação com dados fracos de atividade na zona do euro e na China. Na França, há avanço de yields em reação ao primeiro turno das eleições presidenciais. Diante da deterioração do sentimento dos investidores, o dólar avança ante grande parte de seus pares no ambiente externo. Trajetória semelhante da moeda norte-americana é registrada na abertura dos negócios domésticos. O dólar comercial abriu em alta de 0,64% a R$ 1,8850.
Na sexta-feira, o Banco Central retornou ao mercado fazendo leilão de compra de dólar à vista com taxa de corte de R$ 1,8710, enquanto a moeda estava em R$ 1,8670, com queda de 1,01%. Após o leilão, a cotação do dólar rumou para o mesmo nível da taxa de corte anunciada. Estrategistas ponderam que a intervenção confirma a percepção de que o BC continuará atuante para manter o dólar em torno de patamares considerados adequados pela autoridade monetária.
Hoje, a pesquisa Focus, apurada pelo BC, mostra que as projeções do mercado financeiro para o câmbio seguem em R$ 1,80 no fim de 2012 e fim de 2013. As projeções para o câmbio médio em 2012 permanecem em R$ 1,79, enquanto para o câmbio médio em 2013 sobem de R$ 1,79 para R$ 1,80.
No exterior, os yields dos bônus da França, Holanda, Itália e Espanha avançam. O PMI composto da zona do euro registrou a maior contração desde novembro, com enfraquecimento tanto na área da indústria quanto de serviços em abril em comparação ao mês anterior. Na China, o PMI teve melhora em abril, ante o número em março. Mas, tanto na zona do euro quanto na China, o PMI permanece abaixo da marca de 50 pontos, que separa expansão e contração na indústria.
Na França, Nicolas Sarkozy e Francois Hollande foram para o segundo turno, conforme o esperado. Um estrategista europeu comenta que os dois candidatos estão comprometidos com a redução do déficit do país, mas a plataforma de Hollande inclui propostas que podem ser perturbadoras ao mercado financeiro, como o direito de aposentadoria aos 60 anos para aqueles que trabalharam por 41 anos e elevação do imposto para indivíduos de maior renda.
No fim de semana, o Fundo Monetário Internacional (FMI) recebeu o comprometimento de seus membros com mais de US$ 430 bilhões para aumentar os recursos do Fundo contra crises. "Por enquanto, a atenção dos investidores está mais voltada para entender se mais países da zona do euro vão precisar de financiamento externo", cita um analista.