A venda de títulos públicos pela internet registrou o segundo melhor resultado da história em março. Segundo balanço divulgado hoje pelo Tesouro Nacional, os investidores cadastrados no Programa Tesouro Direto adquiriram R$ 454,14 milhões no mês passado.
O montante só é inferior ao registrado em janeiro, quando R$ 616,3 milhões haviam sido vendidos. Os papéis corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foram os mais procurados, concentrando 58,14% desse valor. Em seguida, vieram os títulos prefixados (com juros definidos antecipadamente), cuja participação atingiu 29,83%. Os papéis vinculados a taxa básica de juros (Selic) corresponderam a 12,04% das vendas.
De acordo com o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, as vendas estão elevadas pelo conhecimento cada vez maior do programa pela população e porque os aplicadores estão trocando papéis corrigidos pela Selic por títulos prefixados e atrelados a índices de inflação.
“Em março, houve um vencimento significativo de LFT [Letras Financeiras do Tesouro, papel vinculado à Selic]. Os investidores poderiam ter embolsado os rendimentos, mas preferiram reaplicar o dinheiro em outros tipos de papéis”, declarou Garrido.
O número total de investidores cadastrados no programa totalizou 292.296, o que representa incremento de 26,54% nos últimos 12 meses. Somente em março, 5.023 participantes aderiram ao Tesouro Direto.
O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas pudessem adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro, via internet, sem intermediação de agentes financeiros. O aplicador só tem que pagar uma taxa à corretora responsável pela custódia dos títulos.
A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver o valor com um adicional, que pode variar de acordo com à Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa fixa, definida antecipadamente.