Wall Street fechou em queda nesta segunda-feira, ao término de uma sessão marcada pela volta das preocupações com a Europa depois do primeiro turno das eleições presidenciais na França e da renúncia do governo da Holanda: o Dow Jones perdeu 0,78%; o Nasdaq, 1,00%. Segundo dados definitivos de fechamento, o Dow Jones Industrial Average perdeu 102,17 pontos, a 12.927,17, enquanto o Nasdaq cedeu 30,00 pontos, a 2.970,42 unidades.
O índice ampliado Standard & Poor's 500 retrocedeu 0,84% (11,59 pontos), a 1.366,94 unidades. Wall Street abriu com uma forte queda antes de se recuperar aos poucos, o que permitiu ao principal índice da praça de Nova York encerrar a sessão com perdas de menos de 1%. A queda dos indicadores de Nova York representa apenas um terço das perdas registradas pelas bolsas europeias, algo "suportável", segundo o analista Gregori Volokhine, da consultoria Meeschaert.
As principais bolsas europeias desabaram nesta segunda-feira castigadas pela incerteza política que ronda a Europa, principalmente na França e na Holanda, e dados econômicos ruins na zona do euro. A Bolsa de Frankfurt caiu 3,36%, pouco menos do que o pior desempenho do dia, o da Bolsa de Milão, que perdeu 3,83%. Paris caiu 2,83%. Já Madri registrou queda de 2,76% e Londres, o único mercado fora da Eurozona, limitou as perdas a apenas 1,85%.
Com base no resultado do primeiro turno da eleição presidencial francesa, o segundo deve ser bastante disputado entre o socialista François Hollande, que terminou a primeira disputa na frente, e o atual presidente, Nicolas Sarkozy. A votação decisiva será no dia 6 de maio.
"Os resultados foram recebidos negativamente pelos mercados financeiros, que o interpretam como uma perda de apoio para as medidas de austeridade" estabelecidas para lutar contra a crise da dívida, explicou Dick Green, analista do portal Briefing.com.
O segundo turno "é visto como um referendo sobre a austeridade", resumiu Chris Low, da FTN Financial. Lembrando que nos últimos anos, muitos investidores americanos haviam criticado a ortodoxia do rigor orçamentário impulsionado por Paris e Berlim, Volokhine considerou que os mercados estão "extremamente ambivalentes".
O mercado de obrigações fechou em alta. O rendimento do bônus do Tesouro a 10 anos retrocedeu para 1,933%, frente a 1,970% de sexta-feira, e o papel a 30 anos caiu 3,084%, frente a 3,128%. O rendimento expressa os juros pagos pelo emissor e evolui no sentido inverso ao preço de uma obrigação.