A taxação das aplicações externas em renda fixa não impediu a participação de estrangeiros na dívida pública interna de bater recorde em março. Segundo balanço divulgado hoje pelo Tesouro Nacional, eles detinham 12,12% dos títulos públicos federais no mês passado, o maior valor desde o início da série histórica em 2005. Em valores absolutos, o indicador atingiu R$ 215,27 bilhões.
De acordo com o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, a alta está mais relacionada ao rendimento dos títulos em poder dos estrangeiros do que a entrada de novos aplicadores. Ele, no entanto, não informou o volume de investidores internacionais em março. Disse apenas que a entrada não foi expressiva.
Apesar do recorde de investidores estrangeiros na dívida interna, o coordenador disse que a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no ingresso de aplicações estrangeiras está conseguindo conter a entrada de capital especulativo no Brasil. “Esse aumento representa apenas uma oscilação pequena em relação aos 11,9% de investidores estrangeiros registrados em janeiro e fevereiro”, declarou.
Atualmente, os investimentos estrangeiros em renda fixa pagam 6% de IOF para entrar no país. De acordo com o governo, a taxação tem como objetivo desestimular o capital de curto prazo que ingressa no país e derruba a cotação do dólar. Os investimentos em renda fixa no longo prazo são menos afetados porque o imposto é diluído ao longo de anos.