O governo da Espanha adotou um discurso mais brando em relação à decisão argentina de expropriar a petrolífera YPF, administrada pela Repsol. O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, deve comparecer hoje (24) ao Parlamento para um debate sobre a expropriação. Ao contrário dos últimos dias, as autoridades da Espanha evitam mencionar represálias e alegam que o tema será discutido na Organização Mundial do Comércio (OMC).
A estratégia das autoridades espanholas é manter a pressão em organismos internacionais, como a União Europeia, para conquistar mais apoio à condenação sobre expropriações, mesmo sendo um instrumento legítimo na soberania de qualquer país, pois as leis e os acordos têm que ser respeitados.
Está em estudo na Espanha um eventual corte nas importações de biodiesel, cujo impacto econômico é considerado insignificante por analistas. Essa é a única definição feita pelo governo espanhol, apesar das ameaças e dos repetidos anúncios de medidas concretas por parte de empresários que investem na Argentina.
De acordo com investidores da Índia, China, de países da América Latina e da Europa, além dos Estados Unidos, há pressão sobre os importadores em relação a casos de intimidação. Porém, de forma individual algumas empresas sinalizaram que suspenderão investimentos no território argentino.
Na semana passada, o ministro do Planejamento argentino nomeado interventor na YPF, Julio de Vido, esteve em Brasília para pedir apoio ao governo do Brasil com mais investimentos em seu país.