Brasília – Depois de cortar os juros cobrados nos empréstimos pessoais, cartão de crédito, cheque especial e nos financiamentos de bens em geral, a Caixa Econômica Federal anunciou que vai baixar também as taxas dos financiamentos habitacionais. A queda deverá ser de pelo menos 0,5 ponto percentual, o que nessa linha de crédito significa economia expressiva, pois os valores financiados são mais altos. Hoje, a Caixa cobra juros de 5% a 8,16% ao ano nas linhas com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, para famílias com renda até R$ 5,4 mil, e entre 8,56% e 10,5% ao ano para imóveis para a classe média, com recursos da caderneta de poupança. O índice de atualização do saldo devedor é a Taxa Referencial de Juros (TR).
O presidente do banco, Jorge Hereda, anunciará hoje as novas taxas, que passarão a valer a partir do dia 4 de maio, quando começa o Feirão de Imóveis promovido pela instituição. A Caixa não adiantou se as novas taxas serão válidas somente para os novos contratos ou se beneficiarão também os contratos em andamento. Como são financiamentos de longo prazo, de 20 e 30 anos, o mutuário que já paga as prestações poderá pleitear na Justiça a mesma condição oferecida aos novos financiamentos. Uma redução de 0,5 ponto percentual ao ano representa economia de R$ 20 por mês ou R$ 240 por ano no caso de um saldo devedor de R$ 50 mil. Se o débito for de R$ 150 mil, a prestação fica R$ 60 mais baixa, cerca de R$ 720 a menos em um ano.
Na página da Caixa na internet, o simulador de financiamento faz os cálculos das prestações para quem ganha até R$ 5,4 mil estabelecendo juros nominais entre 4,5% e 7,66% ao ano para a Carta de Crédito FGTS. Em outra parte do site, ao dar as condições gerais do financiamento, o banco informa que os juros nominais são entre 5% e 8,16%. Questionada sobre essas taxas que constam no simulador do site, a assessoria de imprensa garantiu que ainda não houve a redução e que o sistema ainda não está atualizado. Mas não soube explicar a divergência entre os percentuais.
Já no caso do crédito pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), para renda acima de R$ 5,4 mil e imóvel de até R$ 500 mil, tanto o simulador como as condições gerais do financiamento informam que a taxa nominal é atualmente de 8,56% ao ano para quem opta em manter na Caixa conta com cheque especial, cartão de crédito e débito automático da prestação. Para os demais, os juros são de 9,6% anuais. No caso de imóveis acima de R$ 500 mil, esses juros são de 10,02% a 10,5% ao ano.
Mais cortes
Além dos feirões, haverá também um grande feirão para pessoas renegociarem dívidas de todos os tipos, e não apenas da casa própria, disse ontem o presidente da Caixa, depois de cerimônia no Palácio no Planalto. “Não posso dizer nada hoje (ontem), mas vamos ter novidades com relação a juros também”, disse Hereda. Também hoje, o banco deve anunciar redução das taxas no programa Minha casa, minha vida e nos financiamentos para compra de móveis e eletrodomésticos para os clientes do plano de moradia popular.
Em relação ao crescimento da inadimplência, Hereda disse que a Caixa acompanha os dados quase que diariamente. “Mais do que isso, acompanha os atrasos em pagamento”, reforçou. Os atrasos são classificados como o não pagamento em dia. O conceito de inadimplência é quando esse atraso já perdura por mais de 90 dias. “A gente não tem aumento de inadimplência significativo que impeça de tomar alguma atitude”, argumentou o presidente. Ele disse que as ofertas feitas pela Caixa estão sobre uma “linha segura”. “Buscamos aumentar nossa base, trazer a maior quantidade de clientes e a concorrência é uma coisa saudável”.