O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, anunciou que deve acontecer ainda neste primeiro semestre a troca dos títulos corrigidos pela taxa Selic na carteira do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por outros tipos de papéis da dívida pública federal. A medida faz parte da estratégia do Tesouro de reduzir o volume de títulos com rentabilidade atrelada à variação do juro básico no estoque da dívida pública.
"Vamos fazer esta mudança nos próximos meses. Não tenho nenhuma dúvida de que isso vai ocorrer", disse a jornalistas nesta quarta-feira, ao comentar o resultado das contas públicas do Governo Central (Tesouro, Previdência e Banco Central).
O objetivo do governo é avançar no processo de desindexação da economia da taxa Selic. Ao reduzir o número de papéis corrigidos pelo juro básico, aumenta-se a potência dos efeitos da política monetária do Banco Central. Por isso, a redução do volume de Letras Financeiras do Tesouro (LFT) em posse dos fundos é importante. O Tesouro já fez esta troca nas carteiras de fundos extramercados.
"Para a rentabilidade do FGTS é melhor. É melhor para o País", disse o secretário. O Conselho Curador do FGTS tem reunião em maio e pode aprovar a troca dos papéis.
Quanto à necessidade de capitalização de bancos públicos, Augustin descartou a medida no momento, ressalvando que, se for preciso, o Tesouro irá elevar o capital e criará as condições necessárias para que essas instituições passem bem pelo atual período, de redução das taxas de juros e ampliação da oferta de crédito.
O secretário realçou que não será a falta de capital que impedirá os bancos de cumprirem sua tarefa. "Mas não vamos fazer nenhuma capitalização nos próximos dias."