O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) deve perder força em maio e ficar com uma taxa entre 0,45% e 0,50%, na opinião do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz. No fechamento de abril, o indicador acelerou a 0,85% contra taxa de 0,43%, verificada em março. O resultado de abril ficou dentro do intervalo das estimativas de analistas consultados pelo AE Projeções, que eram de 0,63% a 0,90%, com mediana de 0,75%.
Embora não tenha calculado projeção exata para o índice geral, Braz disse acreditar que, tanto o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) Agropecuário quanto o IPA Industrial, irão desacelerar em maio. Segundo ele, a expressiva alta de quase 12% no preço médio da soja em abril deve diminuir no mês que vem e ter impacto menor sobre o IPA como um todo. "Deve haver uma correção dos preços da soja daqui para frente", comentou, em conversa com jornalistas.
O economista também prevê arrefecimento no Índice de Preços ao Consumidor do IGP-M (IPC-M), dado que o subíndice registrou alta de 0,55% em abril ante 0,48% em março e mostrou movimento resultante de questões pontuais e sazonais. De acordo com ele, no caso dos reajustes dos medicamentos, o impacto maior já fora percebido até o mês de abril.
Já o efeito do aumento do cigarro, cujo preço médio avançou quase 6% neste mês, o item também deve perder força na próxima medição. "A alta de Vestuário (de 0,27% para 1,03%) também foi sazonal e não deve se repetir", acrescentou. Braz ressaltou, contudo, que pode haver pressões de alta no IPC-M, de alguns alimentos, como o açúcar cristal e carne bovina, que subiram no IPA. Em abril, estes itens avançaram 0,48% e 1,85%, respectivamente.