O ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, classificou hoje (2) como “negativa” a decisão da Bolívia de nacionalizar a empresa Red Elétrica Internacional (SAU), administrada pela Rede Elétrica Espanhola (REE). De acordo com Guindos, o governo do presidente da Bolívia, Evo Morales, vai compensar a empresa espanhola de forma adequada.
“O que a Bolívia nos garantiu é que vai compensar a empresa pelos custos investidos na rede de eletricidade, algo que o governo espanhol vigiará”, disse Guindos, acrescentando que é necessário garantir um pagamento justo.
“Não gostamos desse tipo de decisão porque acreditamos que é fundamental manter a segurança jurídica no processo de investimento em países como a Bolívia”.
O comando da REE enviou hoje comunicado à Comissão Nacional de Mercado de Valores (CNMV) informando que espera conhecer os detalhes do procedimento de nacionalização da sua filial na Bolívia, assim como a fixação do preço da participação.
De acordo com a empresa, o impacto da nacionalização é mínimo nas suas contas, pois a filial boliviana (Transportadora de Eletricidade-TDE), da qual detém 100% do capital, representa apenas 1,5% do volume de negócios do grupo.
Morales anunciou ontem a nacionalização das ações da Rede Elétrica Espanhola na Red Elétrica Internacional (SAU) e ordenou às Forças Armadas que assumam o controle das instalações da empresa. A decisão ocorreu duas semanas depois de a Argentina expropriar a petrolífera YPF, administrada pela espanhola Repsol.