O mercado de trabalho aquecido e o crescimento da renda da população brasileira devem garantir presente para as mães e gordo faturamento para o comércio. Os itens que começam a ser escolhidos pelos filhos e netos nesta semana vão movimentar cerca de R$ 2,13 bilhões em Belo Horizonte, crescimento de 6% em relação ao ano passado, segundo pesquisa da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). Com expectativa e apreensão maior que a média, os lojistas da Savassi apostam na data como início de uma temporada de rendenção. Depois de 12 meses de vendas abaladas pelas obras, a esperança é de que o fim da reforma (prevista para este domingo) leve o consumidor de volta às compras.
Segundo a pesquisa da CDL-BH, as mães da capital vão desembrulhar presentes que custam, em média, R$ 100, pagos à vista. A minoria dos entrevistados, 3%, revelou a intenção de gastar mais de R$ 500 com o presente. No topo da preferência estão as roupas, sapatos, acessórios e cosméticos, seguidos por joias e bijuterias, flores, eletroeletrônicos e livros, nessa ordem. Maria Auxiliadora Teixeira, presidente da Associação dos Lojistas e Moradores da Savassi (Alfa) está confiante. Acredita que os novos ares da região vão atrair o consumidor, dando o primeiro empurrão para o equilíbrio das finanças. “Noventa por cento das compras do dia das mães acontecem três dias antes da data”, diz Maria Auxiliadora, que está há 22 anos no ramo de semijóias e acessórios.
A empresária lembra que nos últimos 12 meses 51 lojas fecharam as portas e o prejuízo também foi amargo para quem conseguiu sobreviver. “O faturamento da região caiu cerca de 50%.” É essa página que os lojistas querem virar no Dia das Mães. Kátia Mamede, gerente da loja de roupas e acessórios Priori, na Savassi, espera faturar 20% mais que no ano passado. “Já percebemos que o cliente começou a voltar e já começa a fazer suas compras.” Ela diz que, depois de 10 anos no ponto, tem consumidores fieis, mas outra parcela da clientela terá que ser reconquistada.
As irmãs da família Gomide, Yamara, 39 anos, Ynaiara, 25, e Ynaiamara, 23 anos, vão comprar presentes para a mãe. Calculam que devem desembolsar entre R$ 80 e R$ 100 com perfumes e roupas. Elas ainda não sabem se a compra será feita na Savassi, mas ontem foram até a região fazer compras para uma festa e aprovaram a revitalização. “Ficou muito bom, bem melhor para andar”, disse a mais velha.
Bruno Falcci, presidente da CDL-BH diz que o crescimento do setor, entre 5% e 6% em relação ao mesmo período do ano passado, é bastante favorável. “Estamos otimistas porque, enquanto países europeus não crescem, a economia brasileira avança. As taxas de juros estão menores, com bom volume de crédito.”
A empresária Isabella Ramos é dona da AA Design Artesanato, na Rua Paraíba. Ela reforçou o estoque para a data e espera que a inauguração da nova Savassi, junto com o Dia das Mães, literalmente espane a poeira da região. Ela acredita que a maioria dos presentes em sua loja seja comprada, em média, por R$ 40. Apesar do otimismo, a empresária se ressente da data da inauguração. “Deveria ter acontecido há pelo menos 20 dias.”
Nacionalmente, pesquisa divulgada ontem pela Serasa Experian revelou que os lojistas estão menos otimistas. Enquanto no ano passado 59% dos entrevistados esperavam elevar as vendas na segunda melhor data comercial para o varejo – a primeira é o Natal –, neste ano o percentual de otimistas caiu para 56%.
Cronograma
A prefeitura vai entregar as obras civis neste domingo, mas o gramado e os canteiros de flores só estarão prontos no dia 12, na véspera da data comemorativa. Segundo Bruno Falcci, uma festa de inauguração está sendo organizada, mas ainda não há data definida.
Maria Auxiliadora Teixeira diz que o próximo desafio da região é conseguir mais espaço para estacionamento. “A ideia é que, com a ampliação do shopping Pátio Savassi, seja feito também um projeto para ampliação de vagas, o que beneficiará toda a região. Contando todos os espaços disponíveis antes do início das obras, perdemos 400 vagas”, aponta.