Foi preciso esperar pelo menos três horas na fila para ser atendido nesta sexta-feira no primeiro dia do feirão de imóveis da Caixa Econômica Federal (CEF), no Centro de Convenções em Olinda, região metropolitana do Recife. Até às 16h30, 690 pessoas haviam sido atendidas por funcionários do banco. Foram ao local em busca de aprovação de crédito para a casa própria. A grande maioria tem renda inferior a R$ 3 mil.
A cada crédito aprovado, um apitaço. Maria Alves da Silva, de 54 anos, com renda formal de um salário mínimo, deu pulos de alegria. Conseguiu um crédito de R$ 50 mil, a ser pago em 25 anos. A prestação vai ficar em torno de R$ 250,00. "Agora vamos procurar a casa, em Olinda", comemorou ela, grata ao governo federal. "Antes a gente não podia ter esse sonho". Na verdade, ela vai comprar a casa para sua irmã, Cícera, 40 anos, que é diarista, ganha quase R$ 1 mil por mês, mas não tem como comprovar a renda.
A gerente regional de habitação da Caixa no Recife, Eveline Ferreira, acredita que o número total de atendimentos, aprovações de crédito e fechamento de negócios será, nesta oitava edição da feira, superior ao registrado em 2011, quando 5 5 mil imóveis foram vendidos, com valor médio de R$ 98 mil. "Pelo fluxo de pessoas neste primeiro dia, que não é o mais movimentado, já dá para perceber", disse ela ao avaliar a presença de mais gente com renda formal e com documentação em ordem entre os candidatos ao financiamento. "Tudo tem a ver com o crescimento econômico de Pernambuco".
A coincidência da abertura do feirão com a queda dos juros da casa própria não permitiu avaliar o registro de uma maior demanda de quem possui renda superior a R$ 5 mil e se beneficiarão desta redução. Os que têm renda menor do que R$ 5 mil têm um desconto de R$ 17 mil bancado pelo governo federal por meio do programa Minha Casa Minha Vida.
De acordo com Eveline, ao saber que a Caixa iria reduzir os juros, muita gente que já estava com o crédito aprovado esperou para fechar o financiamento. A cardiologista Patrícia Melo, de 38 anos, casada, três filhos, é uma delas. "Sou uma sortuda", afirmou, um pouco antes de assinar o financiamento de R$ 500 mil para compra de um imóvel maior, com área superior a 200 metros quadrados, no bairro da Madalena, em Recife. "Ainda não sei exatamente quanto vou economizar, mas será uma boa diferença". No feirão, 48 construtoras e 44 imobiliárias oferecem 21.474 imóveis novos, usados e na planta. Setenta e dois funcionários da Caixa atendem às pessoas em busca de crédito.
Belo Horizonte
Na capital mineira, o movimento no feirão nesta sexta-feira ficou abaixo do esperado. Apenas 10% do crédito disponível para a casa própria foi aprovado. A expectativa é de grande procura neste fim de semana.
O evento acontece no no Expominas e serão mais de 14.647 imóveis disponíveis para a compra, com 42 construtoras participantes e público estimado em 40 mil pessoas, superando as 32.500 mil presentes em 2011. A faixa de preços varia e há no total, 10.753 imóveis até R$ 150 mil e 4.164 acima de R$ 150 mil.
No ano passado, a sétima edição do evento registrou mais de 450 mil visitantes, com movimentação financeira superior a R$ 10 bilhões, em negócios assinados e encaminhados.