O líder da esquerda radical grega Alexis Tsipras, que recebeu nesta terça-feira um mandato para formar o governo, descartou a participação do partido Syriza em uma coalizão que apoie os ajustes impostos pela União Europeia e o FMI em troca de respaldo financeiro.
"O veredicto do povo exclui um governo que aplique o memorando (que detalha as medidas de austeridade) e o acordo de empréstimo", disse Tsipras, em referência aos resultados das eleições legislativas de domingo, nas quais seu partido se tornou a segunda força política do país.
Os conservadores e os socialistas que formavam a coalizão foram duramente punidos nas urnas por terem adotado o programa de austeridade e não conseguiram alcançar os 151 deputados necessários para formar a maioria parlamentar.
Se agora os dois partidos desejam uma aliança com Syriza, "devem apenas escrever (à UE e ao FMI) para anular estes compromissos", completou Tsipras, que tem prazo de três dias para tentar formar um governo.
A Grécia se comprometeu, entre outras coisas, a aplicar a partir de junho uma série de cortes adicionais de 11,5 bilhões de euros até 2015.
"Que o país tenha ou não tenha governo não nos deixa indiferentes, mas o importante é saber em qual direção será governado", destacou Tsipras.
Caso uma nova maioria não seja formada, os gregos devem convocar novas eleições até o fim de junho.