Os brasileiros têm R$ 435,589 bilhões depositados nas cadernetas de poupança com a garantia de receber a antiga remuneração, composta pela Taxa Referencial (TR) acrescida de juro de 0,5% ao mês. Até que haja saque do dinheiro, o rendimento está assegurado, mesmo se o juro básico da economia, a taxa Selic, cair para 8,5%. Depósitos feitos a partir de 4 de maio não têm mais essa garantia de rendimento e receberão 70% da Selic mais a TR, se a Selic seguir em queda. Ou seja, uma remuneração menor do que a proporcionada pela antiga regra.
Sob a expectativa de que novas regras poderiam ser anunciadas a qualquer momento, a poupança acumulou sete dias seguidos, até 3 de maio, em que as aplicações superaram as retiradas, o maior período ininterrupto de captação de recursos desde o fim de julho e início de agosto de 2011, quando foram registrados oito dias seguidos.
O movimento nos dias que antecederam o anúncio das novas regras foi bem superior quando comparado a outros meses. Nos últimos dois dias com a regra antiga, R$ 1,8 bilhão em novas aplicações foi direcionado às cadernetas. Na comparação com os dois primeiros dias de abril de 2012, por exemplo, o poder de atração das cadernetas aumentou 338%. Se a comparação for com igual período de maio de 2011, o salto dos novos depósitos foi de 94%.