O crédito hipotecário tem crescido a uma taxa real de 14% em média na América Latina desde 2003, com o Brasil à frente, o que é motivo de preocupação para as autoridades, segundo um artigo divulgado nesta quinta-feira por três especialistas do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A alta do crédito e o aumento significativo dos preços das moradias "pode gerar instabilidade financeira" como a bolha imobiliária que desencadeou a crise dos Estados Unidos a partir de 2007, segundo esses especialistas, que publicaram seu estudo no blog "Diálogo a Fundo", do organismo.
Em linhas gerais, Luis Cubeddu, Camilo Tovar e Evridki Tsounta calculam que o crédito hipotecário representa menos de 20% do fluxo de empréstimos bancários na região, cerca de 7% em média do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo os analistas, estas são porcentagens ainda manejáveis, mas os dados do mercado imobiliário na região são difíceis de ser coletados pela falta de cifras sistemáticas. Apenas Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai possuem dados atualizados e ainda assim, limitados a zonas urbanas.
"Apesar da grave carência de dados, observamos que o crédito hipotecário em algumas economias da região poderia estar crescendo a taxas muito superiores às que explicam os fundamentos econômicos dos três últimos anos", dizem os especialistas.