A alta do dólar tem provocado impacto positivo em termos de acesso a mercado para alguns setores, mas, para outros, que dependem de insumo importado para compor o produto final, pode resultar em oneração de preço sobre a cadeia produtiva, segundo avaliou hoje o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira.
Para o dirigente, é muito difícil dizer qual o impacto que o câmbio tem tido para um segmento ou outro. Afiançou que não existe câmbio de equilíbrio, porque para cada segmento, para cada indústria, há um câmbio diferente. Analisou, contudo, que "aqueles setores onde a competição é mais espúria, onde tem uma concorrência desleal, como calçados, confecções, cerâmica e móveis, a valorização cambial leva-os para uma condição melhor". Por isso, avaliou, "são setores que vêm apresentando resultados mais rápidos."
O que o governo quer, acentuou Teixeira, é garantir menor volatilidade cambial para o setor privado. "Quanto menor volatilidade, mais previsibilidade o setor privado tem e melhor fica".
O MDIC não tem projeção para a balança comercial deste ano, disse o secretário-executivo. Ele manteve, porém, a meta de fechar as exportações com aumento de 3,1% este ano. Celebrou o fato de, no primeiro quadrimestre, as exportações terem aumentado 4,5%. Em 2011, as vendas externas brasileiras subiram 26%, atingindo quase US$ 257 bilhões. A diferença entre um ano e outro, segundo Teixeira, está na desaceleração da economia internacional e na dificuldade do cenário externo.
Teixeira disse que não existe receita para a indústria brasileira ganhar competitividade internacional. Afiançou que vários segmentos já são competitivos e podem melhorar ainda mais. Admitiu, por outro lado, que esse deverá ser um dos piores semestres para a indústria brasileira e mundial.
Apesar disso, o secretario-executivo mostrou-se otimista com os resultados que vêm sendo apresentados pelo Brasil no cenário exterior. Teixeira participou do encerramento do seminário Política Industrial no Século 21, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro.