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Estado de Minas

63% das mães gostariam de ganhar um aparelho eletrônico de presente

Valores mais altos inviabilizam o presente esperado


postado em 12/05/2012 06:00 / atualizado em 12/05/2012 09:03

Renata Rangel sabe que vai ganhar um sapato de presente(foto: Rodrigo Clemente/Esp. EM/D.A Press)
Renata Rangel sabe que vai ganhar um sapato de presente (foto: Rodrigo Clemente/Esp. EM/D.A Press)
Viciada em tecnologia, a administradora de empresas Renata Amone Rangel sonhava ganhar a versão mais moderna de um tablet, mas já sabe o que a espera amanhã em um presente que o marido e o filho Bernardo compraram: um sapato. No Dia das Mães, na maioria das vezes elas vislumbram aparelhos eletrônicos, mas em vez disso recebem os presentes mais tradicionais, como roupas, calçados e perfumes. A explicação está no preço dos objetos de desejo. Os valores das pranchetas eletrônicas são até 30 vezes mais altos do que a média que a maioria dos consumidores pretende gastar com as mães, que varia de R$ 50 a R$ 100, de acordo com pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). “Mas não tem problema. Quem sabe no Natal…”, afirma Renata, que no ano passado ganhou do Papai Noel um netbook.

Uma pesquisa do site de compras Mercado Livre, a partir de entrevistas com mais de 1,6 mil mulheres de oito países da América do Sul, entre eles o Brasil, revela mudança significativa no perfil das mamães que serão presenteadas neste fim de semana. Além de estarem mais exigentes, elas querem presentes mais caros e estão mais moderninhas. A preferência é por tablets, smartphones e notebooks. Cerca de 63% delas informaram desejar um desses aparelhos como presente. Aproximadamente 79% das entrevistadas revelaram  também participar de redes sociais e 86% informaram que aprovam as compras via internet, por considerar que os espaços oferecem melhores preços e mais opções de presentes.

Segundo o diretor de Marketing Digital da JN2, Leonardo Naves, mesmo com os preços de eletrônicos mais acessíveis, as opções mais tecnológicas devem continuar em segundo plano por algum tempo. “O poder de compra nem sempre corresponde às expectativas das mães. Elas querem tablet, mas não são todos os filhos que têm condições de dar esse tipo de presente. Quando verificamos o movimento de compra da população essa categoria aparece como preferência das classes A e B”, ressalta.

Nas lojas, os filhos querem mesmo é pechinchar e até mesmo escolhem produtos de liquidações passadas para que o valor caiba no bolso. Na porta da loja de eletrônicos eles preferem nem passar e buscam o famoso anúncio de promoção. Enquanto um tablet pode custar R$ 1,5 mil (preço do iPad 3, que começou a ser vendido ontem em Belo Horizonte), eles pensam em desembolsar de R$ 50 a R$ 100, segundo levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). “Quando é para eles, não pesquisam muito. Mas se é presente, logo perguntam: ‘Qual é a rasteirinha mais barata?’ e ficam de olho nas prateleiras de baixo”, afirma a gerente da loja de calçados Divina Scarpe, Priscila Nara, que aproveita para comemorar o término das obras na Savassi,  onde fica o ponto comercial. A inauguração impulsionou as vendas e ela espera repetir o resultado do ano passado. A comerciante fala que os presentes – ou lembrancinhas – da loja custam, em média, R$ 69.

Como forma de evitar ganhar o que não desejam tanto ou não precisam, as mais mães espertas acompanham maridos e filhos na hora da escolha do presente. O casal Márcio e Margareth Pelluso sempre vai às compras junto às vésperas da data que presta homenagem às mães. Este ano, ela vai ganhar um tênis para as caminhadas diárias. “O homem acerta mais quando pergunta”, garante ele, deixando claro que no Dia dos Namorados e aniversário de casamento é diferente, sendo obrigatório um ar romântico. O exemplo é seguido por Alexandre Borges, que, além da mulher, Elaine, leva a filha Renata para ajudar na procura. Mas, apesar de escolher o presente, a mãe só recebe no domingo. “É sempre uma tarefa difícil. Ela tem que escolher”, diz o pai.

Conectados
A fuga das lojas de eletrônicos tem outra explicação, segundo o diretor de Marketing da JN2. Naves lembra que junto com o novo perfil das mães, que preferem os objetos de alta tecnologia às roupas e sapatos, há também uma mudança no jeito de comprar. Segundo ele, com o índice de satisfação próximo a 90% nas compras virtuais e o amadurecimento do mercado, o consumidor tem recorrido mais à internet, diminuindo o ritmo de compras nas lojas físicas. “As plataformas têm oferecido condições e recursos que tornam a compra via internet mais prazerosa e fácil”, afirma. Além disso, ele conta que com mais opções e flexibilidade no momento do pagamento, comodidade durante a pesquisa, dispensando o deslocamento, e com mais opções de produtos, as lojas virtuais se tornaram mais atrativas. “Há uma mudança no perfil das mães, mas também no do consumidor. Hoje as pessoas alegam que optam pela ferramenta por ela oferecer diversos benefícios e também preço mais baixo que nas lojas”, comenta. Mas vale lembrar que esse tipo de compra tem que ser feito com mais antecedência por causa dos prazos de entrega.

Apesar de as presenteadas estarem mais antenadas e optando por presente tecnológicos, elas continuam dando valor a alguns mimos mais simples preparados por seus filhos. No total, uma em cada cinco mães garante ter gostado de receber flores e 15,3% adoram ganhar cartas e desenhos. Sorte de Andréa Fonseca. Na onda dos presentes mais simbólicos, ela ganhou a presença da filha Tatiane, que mora no Rio de Janeiro e veio para BH especialmente para encontrá-la no Dia das Mães. “Não tem presente melhor”, garante ela, prontamente rebatida pela filha: “Jamais daria um eletrônico para ela. Conheço bem...”, afirma, lembrando que não viajou com as mãos abanando.


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