Mesmo quem não conhece a bolsa de valores pode aproveitar o atual momento econômico do Brasil para buscar bons rendimentos no mercado de capitais. Com os juros básicos da economia em queda, comprar ações das empresas listadas na BMF&Bovespa é uma saída para aumentar a rentabilidade dos investimentos. Para encarar a bolsa, porém, é preciso estômago para o risco. O número de brasileiros que mostra apetite para o negócio vem crescendo ano a ano. Em 2002, havia 85.249 investidores pessoas físicas aplicando seu dinheiro no mercado de capitais. No fim de abril de 2012, esse número era quase sete vezes maior, saltando para 575.197, apesar das crises de 2008 (Estados Unidos) e 2011 (Europa).
“A gente vê com bons olhos a entrada de novos investidores na bolsa neste momento, principalmente em função da queda nas taxas de juros. Os investimentos em renda fixa vão apresentar rentabilidade menor do que dois dígitos a partir de agora. Por isso, a renda variável volta a ser um atrativo”, diz Hélio Pio, gerente da Ágora Investimentos. Para começar, segundo ele, é preciso dispor de recursos a médio e longo prazos. Ou seja: se você tem dinheiro guardado, mas pode precisar usá-lo em menos de seis meses, nem pense em renda variável. “Esse é o horizonte mínimo”. Hoje, há 512 empresas listadas na BMF&Bovespa, das quais 30 são mineiras.
De acordo com ele, há fundos desse tipo que permitem a entrada do investidor com R$ 200. A desvantagem dessa alternativa é que as taxas de administração podem ser muito altas, variando entre 2,5% e 5% do montante aplicado. Por isso mesmo, é preciso comparar as taxas de administração cobradas por fundos com carteiras similares, antes de investir para valer. Depois da pesquisa, é só escolher aquele que oferece a menor taxa.
Outra opção é abrir conta numa corretora de valores. Para Hélio Pio, a escolha dessa empresa poderá ter uma influência significativa no histórico de investimentos do novo usuário da bolsa. “Entre 2003 e 2008, o mercado de capitais brasileiro passou por um período eufórico. As altas (nos preços das ações) eram expressivas. Por isso, a maioria das pessoas que comprava ações tinha uma rentabilidade positiva”, diz o especialista. Hoje, porém, a situação mudou e o dever de casa tem de ser caprichado.
Corretora Hélio Pio orienta os novos investidores a escolher a corretora não só pelo preço que ela cobra, mas levando em conta a equipe e a profundidade das análises que oferece. “É preciso ter cobertura ampla de papéis, o que dá ao cliente subsídios para tomar decisões baseada em fatos.” Além disso, de acordo com ele, o investidor deve se sentir “abraçado” pela corretora, que precisa disponibilizar canais onde ele consiga bom atendimento.
O caminho para abrir conta em corretora não é complicado. Em geral, essas empresas oferecem uma ficha cadastral em seu site. Feito o cadastro, o candidato a investidor deve imprimir os documentos necessários (identidade, CPF, comprovante de residência) e enviar para a corretora que escolheu por correio ou por e-mail. Nesse caso, deverá, antes, digitalizar os documentos.
Com a conta aberta, já é possível fazer o primeiro aporte de capital na corretora. A partir daí, o investidor escolhe a maneira como pretende operar na bolsa. As opções são usar a mesa de operações (pelo telefone, em contato direto com os analistas) ou o home broker (o usuário opera sozinho, via internet, conectado com o pregão). Em ambos os casos, há custos para o investidor. Os valores variam conforme a corretora.