A demissão de 900 trabalhadores contratados pelos dois consórcios da Delta Construções nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)ameaça, mais uma vez, interromper os trabalhos do principal empreendimento da Petrobras. Sob alegação de ineficiência, a estatal cancelou no dia 11 os contratos com a Delta. Reunião emergencial realizada há dois dias entre representantes do sindicato dos trabalhadores dos consórcios e da Petrobras discutiu a absorção dessa mão de obra.
Nada de efetivo ficou acertado no encontro, a não ser a promessa empresarial de tentar manter na obra pelo menos 70% dos dispensados. Na próxima semana, haverá uma manifestação desses operários no portão principal do complexo petroquímico. Desde novembro de 2011 a construção do Comperj esteve interrompida durante 85 dias por causa de quatro greves. A última paralisação de 28 dias, terminou na semana passada. A possibilidade de nova greve em solidariedade aos demitidos começa a ganhar força.
O afastamento dos consórcios dos quais a Delta faz parte ocorreu há cinco dias, mas só nesta terça a Petrobras divulgou o fato formalmente. “A Petrobras está estudando a melhor solução para evitar impactos no cronograma do Comperj”, diz a nota.
Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou na edição de domingo, a entrada em operação do Comperj, adiada já três vezes, corre o risco de sofrer nova prorrogação, por causa de atrasos nas obras da inexistência de acessos para os megaequipamentos, de greves em sequência e de dificuldades na obtenção de licenças ambientais. O prazo oficial, que já foi 2011, 2012 e 2013, agora é o segundo semestre de 2014, com risco de novo adiamento em breve. Os contratos rescindidos somam R$ 843,5 milhões.