Os mercados europeus voltaram a acusar nesta quarta-feira o golpe das incertezas políticas na Grécia, temendo um contágio da crise grega a outras economias frágeis da Eurozona, como Portugal, Espanha e Irlanda. Dados positivos sobre a economia americana, no entanto, ajudaram a aliviar a queda.
Com exceção de Paris, que terminou em leve alta (0,31%), as demais bolsas europeias fecharam em baixa: Londres -0,60%, Frankfurt -0,26%, Madri -1,33% e Milão -0,21%.
Após começar as sessões com fortes quedas, as bolsas europeias foram estimuladas por dados sobre o setor imobiliário e a recuperação da produção industrial em abril nos Estados Unidos, que ajudaram a diminuir a tendência de baixa dos mercados ao longo da sessão.
Outro dado alarmante, no entanto, veio de fontes do Banco Central europeu (BCE), segundo as quais a instituição interrompeu operações monetárias com bancos da Grécia que não foram capazes de se recapitalizar.
A Grécia, imersa em uma profunda recessão e em um caos político, celebrará novas eleições legislativas no dia 17 de junho, a segunda em menos de dois meses, gerando forte nervosismo nos mercados e multiplicando as tensões na zona do euro e entre seus líderes políticos.
Segundo a agência de notícias grega Ana (semioficial), as eleições legislativas serão celebradas em 17 de junho com um primeiro-ministro de "serviço" (temporário), o presidente do Conselho de Estado Panayiotis Pikramenos, afirma a agência.
As eleições são cruciais para o país em um momento de sucesso da esquerda e dos partidos extremistas contrários à política de austeridade exigida pelos credores do país, União Europeia (UE), BCE e o Fundo Monetário Internacional (FMI), em troca de um plano de ajuda.
As principais forças políticas do país não conseguiram chegar a um acordo para formar um Executivo de coalizão após as eleições de 6 de maio, nas quais nenhum partido conseguiu a maioria necessária para governar.