O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, argumenta que apresentações e documentos usados nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) devem permanecer quatro anos sem divulgação pública porque o conhecimento das informações poderia gerar distorções no mercado.
"O conhecimento de apresentações da espécie, embora seja de grande importância para a deliberação esclarecida acerca da condução da política monetária, pode criar vieses e distorções na atuação dos agentes econômicos", defende Tombini em despacho sobre a mudança nas regras do colegiado.
O presidente do BC pondera que essas informações usadas como subsídios para as decisões do grupo "representam dados brutos trazidos pelos assessores econômicos". "Apresentações e documentos expostos pelos assessores econômicos que participam das reuniões do Copom consistem em visões parciais de distintos segmentos do contexto macroeconômico", completa.
Outro argumento do presidente do BC é que tais apresentações "exploram diversos cenários, inclusive situações hipotéticas de estresse econômico e de crise, mesmo quando a probabilidade de ocorrência de tais cenários seja muito reduzida". Por isso, diz, é necessário mantê-los quatro anos sem divulgação.
O BC anunciou mais cedo nesta quarta-feira que, a partir da próxima reunião do Copom, em 30 de maio, cada voto dos diretores da instituição será conhecido nominalmente no comunicado distribuído após a decisão sobre a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira.