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Estado de Minas BALA NA AGULHA

Mantega não descarta novas medidas para estimular a economia

Empresas comemoram cotação do dólar a R$ 2


postado em 17/05/2012 06:00 / atualizado em 17/05/2012 07:13

Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chamou ontem os representantes do varejo, do comércio de materiais de construção civil e fabricantes de têxteis, de eletroeletrônicos e de eletrodomésticos para sentir a temperatura da economia e reforçar o pedido de que eles continuem apostando no Brasil. Na conversa que acabou sendo interrompida por um chamado da presidente Dilma Rousseff, Mantega garantiu que “o governo tem bala na agulha” para adotar medidas que estimulem a economia, informaram os participantes do encontro.

O ministro pediu aos empresários que continuem investindo porque o cenário do segundo semestre será melhor do que o atual. “Ele disse que não há nenhuma dificuldade em utilizar medidas que estimulem o crescimento do emprego e da renda”, afirmou o presidente da Associação dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Cláudio Elias Conz. O empresário disse que saía otimista do encontro, que aproveitou para reivindicar para o setor o benefício da desoneração da folha de pagamento previsto na Medida Provisória 563, que está em tramitação no Congresso.

O executivo estima em 4% o crescimento do setor neste ano, mas reconhece que abril foi um mês muito ruim. “Maio está um pouco melhor, mas vamos ver como vai ser junho”. Ele destacou que a isenção do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), que vai até o fim do ano, tem ajudado nas vendas, mas frisou que um dos maiores problemas do varejo ainda é a falta de financiamento, apesar de os juros estarem em queda. “A concessão de crédito está cada vez mais difícil. Ninguém está encontrando essa redução de juros lá fora. Pelo contrario, de cada 10 propostas que o varejo analisava, os bancos davam oitos créditos. Hoje, eles concedem dois”, comentou, afirmando que o ministro sinalizou que vai insistir na questão do crédito.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, destacou que a valorização do dólar nos últimos dias é positiva para que a indústria nacional recupere competitividade no mercado externo. Lourival Kiçula, da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), disse que, no momento, o segmento que precisa de ajuda é o de portáteis, como ferro elétrico e liquidificadores que perdem competitividade com os importados. Kiçula, relatou ao ministro que abril não foi um mês tão forte nas vendas, mas maio “está indo bem”. Disse, ainda, que o dólar está ajudando o setor. O empresário afirmou ainda que pedirá ao governo, mais para frente, a prorrogação da redução de imposto para a linha branca, prevista para acabar em junho. A medida elevou as vendas desses produtos em quase 20% no primeiro trimestre, de acordo com a Eletros.

Dólar anima

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, comemorou o patamar atual da taxa de câmbio, com o dólar valendo ao redor de R$ 2,00. Segundo Andrade, o valor dá “competitividade e isonomia” para a indústria brasileira em relação aos produtos importados. O presidente da CNI disse que o ideal para a indústria seria se a taxa de câmbio estivesse entre R$ 2,40 e R$ 2,60. Ontem, depois de forte oscilação o dólar voltou a fechar na casa dos R$ 2. Robson avalia que, de todo o modo, essa cotação já é suficiente para que haja uma recuperação da indústria.


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