A explosão do uso da internet móvel é um desafio para a mais nova empresa em bolsa, a rede social Facebook, que deve tentar ampliar seus ganhos através de sua presença nas pequenas telas dos telefones móveis e tablets.
O Facebook, que gera a maior parte de seu capital através da publicidade, afirma que mais da metade - 488 milhões - de seus 901 milhões de usuários acessam seus serviços através de um telefone móvel ou um tablet. Destes, 83 milhões utilizam apenas dispositivos móveis no lugar de computadores.
Apesar de 82% da renda vir de anúncios publicitários, o Facebook reconhece que a participação dos aparelhos móveis nesse ganho ainda é pequena.
"Historicamente, nós mostramos anúncios aos usuários que acessam o Facebook através de aplicativos móveis ou de nossa página na web móvel", disse a empresa da Califórnia em uma apresentação de sua oferta pública inicial.
"Em março de 2012, começamos a incluir histórias patrocinadas no 'feed' de notícias dos usuários de dispositivos móveis. Contudo, não geramos atualmente créditos significativos da utilização de produtos móveis de Facebook", disse o grupo.
O Facebook sabe que esse é um grande problema para o futuro da empresa e adverte que seus ingressos "podem ser afetados negativamente a menos que tenham êxito com as estratégias de ganho a partir do uso móvel do Facebook".
A maioria dos analistas diz que a publicidade ainda não se adaptou aos dispositivos móveis da mesma maneira que o feito por computadores pessoais.
Van Baker, analista da consultora Gartner, diz que o ganho dos aparelhos móveis será crucial para o Facebook, que tem "que ficar em dia" com empresas como Google e Apple.
Baker disse que o Facebook terá que encontrar publicidade para aparelhos móveis que "não sejam intrusivas" e disse que o Google e a Apple usam um tipo de banner móvel que "toma uma quantidade muito pequena de espaço de tela".
O Google é visto como uma plataforma móvel forte. Recentemente, a empresa decidiu integrar a busca móvel e outros serviços em um esforço para oferecer anúncios publicitários mais específicos, uma medida que foi criticada por defensores da privacidade.
Nesta sexta-feira, mais de 421 milhões de ações do Facebook foram postas no mercado, a 38 dólares, gerando um valor de mercado 104 bilhões de dólares. Para efeito de comparação, o Google passou a valer 23 bilhões de dólares em sua estreia na bolsa, em 2004, mesmo ano em que o Facebook nasceu como um projeto em um dormitório estudantil da Universidade de Harvard.