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Estado de Minas DESACELERAÇÃO

Prévia do PIB tem retração de 0,35%

Dado de março, divulgado pelo Banco Central, indica que economia vai crescer menos do que 3% neste ano


postado em 19/05/2012 09:53

Brasília – Mesmo com o esforço que o governo vem fazendo para estimular os negócios por meio do aumento do crédito, de cortes de impostos e da redução das taxas de juros, a economia brasileira mostra sinais de desaceleração. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que é visto como uma prévia do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas no país), recuou em março pelo terceiro mês consecutivo. A queda foi de 0,35% em relação a fevereiro, que também já tinha registrado retração de 0,38% na comparação com janeiro. No acumulado do primeiro trimestre, o indicador mostrou crescimento de 0,15% sobre o últimos três meses de 2011 e de apenas 1,06% quando comparado com o primeiro trimestre do ano passado.

“Com esse resultado, aumenta cada vez mais a probabilidade de o crescimento do PIB ficar abaixo de 3% este ano. Aliás, acho que está caminhando para uma faixa em torno de 2,5%”, disse Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora. Se a previsão para 2012 se confirmar, a economia crescerá neste ano menos do que os 2,7% registrados em 2011. Oficialmente, o governo mantém a estimativa de 4,5%, mas nos bastidores, os técnicos admitem que essa meta está cada dia mais difícil.

O resultado do IBC-Br foi uma surpresa negativa para o mercado, que apostava em uma alta de 0,49%. Em relatório divulgado ontem, o diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Octávio de Barros, observou que o índice “contraria os sinais mais favoráveis vindos do consumo das famílias”, que ainda permanece razoavelmente elevado. O que tem puxado os indicadores para baixo, segundo os economistas, é o desempenho ruim da indústria, que deverá mostrar nova contração quando o IBGE divulgar o PIB do primeiro trimestre.

Juros e câmbio na balança

O fraco resultado do IBC-Br, ainda segundo Eduardo Velho, aumenta a probabilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) promover um corte maior do que o esperado na taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião, marcada para o fim deste mês. “A julgar pela ata passada, virá mais uma redução de 0,5 ponto percentual, mas como a situação internacional piorou muito, não me surpreenderia que o Copom fosse mais ousado e baixasse a taxa em 0,75ponto percentual”, observou. Jankiel Santos, economista-chefe do BES Investimento é outro que acredita que a variação do PIB não vai passar de 3% este ano. “E será preciso acelerar muito no segundo semestre para chegar a isso”, ponderou.

De acordo com as contas feitas pela Prosper, para que o PIB do ano fique em 3% será preciso um aumento médio de 1,6% em cada um dos três outros trimestres de 2012. “O problema é que os indicadores antecedentes da atividade econômica, tanto de abril quanto de maio, comportam uma expansão melhor em relação ao primeiro trimestre, mas ainda inferior a 1%. Ou seja, isso dificilmente vai acontecer”, avaliou Eduardo Velho.

Esperança de reativação da indústria, o dólar voltou a subir ontem 1,05% e fechou cotado a R$ 2,02. Em alta, a moeda dos Estados Unidos deve barrar a entrada de importados no país, que já respondem por 22% da demanda interna, e roubam mercado da indústria nacional. (Com Rosana Hessel).


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