O ministro de Finanças e Economia do Irã, Shamseddin Hosseini, reconheceu hoje que ao país está enfrentando "dificuldades" em função do embargo internacional ao seu petróleo e de sanções financeiras. Mas ele alertou que o Irã pode provocar um "retrocesso econômico" àqueles que estão impondo essa punições.
Apesar das ameaças do Irã, a Arábia Saudita, maior exportadora mundial de petróleo, e outros produtores dizem que podem compensar a retirada da produção iraniana do mercado. "As capacidades, as especialidades econômicas e as forças do Irã são tais que elas podem causar um retrocesso econômico para os impositores dessas sanções", afirmou Hosseini. "Isso realmente mostra a força econômica do Irã, de tal forma que o país pode suportar essas sanções e não vai ser a única economia que vai sofrer", acrescentou.
Outro risco vindo do Irã são as constantes ameaças feitas pelo país de fechar o Estreito de Ormuz, na entrada do Golfo Pérsico, por onde passa quase um quinto da produção mundial de petróleo. Os EUA afirmam que isso não seria tão fácil, mas aumentaram significativamente sua presença na região.
Hosseini também disse que os produtores de petróleo - uma referência aos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) - precisam do barril a US$ 100 para conseguir cumprir suas metas orçamentárias. Na sexta-feira, o barril do petróleo Brent, que é a referência na Europa, fechou a sessão a US$ 107,14. Já nos EUA, o petróleo WTI terminou a semana cotado a US$ 91,48 o barril.
Segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), as sanções dos países ocidentais aos iranianos já causaram uma redução de 1 milhão de barris de petróleo por dia no Irã. Além disso, operadores do mercado internacional de petróleo afirmam que dezenas de navios-tanque iranianos estão parados em terminais marítimos no Golfo Pérsico estocando petróleo, porque o país não tem para quem vender.