O medo de uma saída desordenada da Grécia da zona do euro e do que isso pode acarretar para o resto do mundo cresce a cada dia e deve segurar as bolsas de Nova York no terreno negativo na abertura do pregão desta quarta-feira, enquanto os mercados aguardam a reunião dos líderes europeus, em Bruxelas. Às 10h15 (horário de Brasília), no mercado futuro, o Dow Jones caía 0,50%, o S&P 500 tinha queda de 0,58% e o Nasdaq perdia 0,48%.
Na agenda do dia nos EUA o destaque são os dados sobre vendas de imóveis residenciais novos em abril, que saem às 11h. Esta semana, o economista Robert Shiller, da Universidade de Yale, disse que deverá levar anos para o mercado imobiliário americano se recuperar. "Prefiro não me apressar para chegar a conclusões de que o nosso mercado vai subir tão cedo", disse à AE, em Nova York.
O euro segue em queda diante do risco de que peças no dominó da zona do euro comecem a cair, começando pela Grécia. Na manhã desta quarta-feira, o euro caía a US$ 1,2675, de US$ 1,2684 no fim da tarde de terça-feira. O índice do dólar subia 0,16%, a 81,623. O Citigroup estimou, também na terça-feira, que caso haja uma saída desordenada da Grécia da zona do euro a moeda europeia poderia atingir US$ 1,01, embora tenham deixado claro que esse ainda não é o cenário básico do banco.
O presidente eleito na França, François Hollande, disse nesta quarta-feira que o sistema financeiro precisa de mais liquidez e que o crescimento precisa ser colocado na agenda. Já o ex-primeiro-ministro da Grécia Lucas Papademos admitiu na terça-feira que o risco de a Grécia deixar o euro é real e declarou que o país não tem outra opção a não ser cumprir o plano de austeridade fiscal como querem seus credores.
No pré-mercado, as ações do Facebook subiam 2,26%, a US$ 31,70, bem abaixo do preço de abertura na estreia na Nasdaq, na última sexta-feira, de US$ 38 por ação.
Os papéis da Dell despencavam 13,1%, após os resultados do primeiro trimestre fiscal da companhia terem ficado abaixo das estimativas. A fabricante de computadores pessoais teve um lucro líquido US$ 0,36 por ação de fevereiro a abril, abaixo de US$ 0,50 por ação um ano antes e menos que a previsão de analistas de lucro de US$ 0,41 por ação.
As ações do JPMorgan caíam 1,23%. Ontem, o Conselho de Supervisão da Estabilidade Financeira dos EUA (FSOC) recebeu o primeiro informe sobre as perdas de mais de US$ 2 bilhões em operações com derivativos sofridas recentemente pelo banco.