Com 25 ressalvas e 40 recomendações, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou nesta quarta-feira, por unanimidade, as contas do primeiro ano do governo Dilma Rousseff. As ressalvas relacionadas pelo ministro José Múcio Monteiro, relator do processo, envolvem desde a execução do orçamento abaixo do previsto, inclusive no item investimentos, até a persistência das desigualdades regionais no País. Ele criticou também a baixa qualificação da mão de obra para atender as demandas do desenvolvimento do País, a elevada dívida pública líquida de mais de R$ 1 trilhão e os gargalos de infraestrutura, sobretudo no que se refere à energia e ao transporte para escoamento da produção.
A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse que recebe o relatório e suas recomendações "com responsabilidade e tranquilidade". Segundo ela, o TCU está no seu papel de analisar as contas públicas. "Nos cabe agora avaliar com critério e responsabilidade todas as recomendações, na condição de gestor, para cuidar de um País com as dimensões de Brasil e suas diversidades", disse. Gleisi informou que a maioria das recomendações já está sendo seguida pelo governo federal. Ela afirmou ainda que o Ministério de Minas e Energia está atento aos prazos de vencimento das concessões para resolver tudo dentro do previsto.
A ministra discordou, porém, que haja baixa execução do orçamento e dos investimentos públicos. "Os investimentos não estão com baixa execução. Seguem a execução que tiveram no ano anterior". Ela disse também que o governo está reduzindo os gastos com o custeio para que o País tenha mais investimentos. "Estamos conseguindo, apesar da crise e das dificuldades que temos de enfrentar no ambiente interno e externo da economia, ter um nível de investimento adequado", disse.