O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) arquivou nessa quarta-feira processo movido pela Kaiser e pela Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) que pedia que a AmBev fosse impedida de marcar garrafas de um litro, o chamado litrão com seu nome.
Na ocasião, a Abrabe sustentou que a garrafa exclusiva tem o poder de quebrar o sistema de compartilhamento de cascos, vigente há décadas no Brasil. Segundo a Abrabe, o lançamento de garrafas próprias e retornáveis pela AmBev aumenta de forma indevida o custo dos concorrentes. Isso ocorre porque, segundo a entidade, a AmBev estaria estimulando o uso das garrafas retornáveis exclusivas, por meio de campanhas publicitárias em que apresenta os preços do litrão muito mais baixos que os das garrafas de 600 ml. Além disso, a associação acusa a AmBev de permitir a troca do vasilhame de 600 ml pelo de 1 litro e, posteriormente, o do litrão apenas por outro do mesmo volume.
O conselheiro Carlos Ragazzo entendeu que a venda das garrafas maiores não prejudicava a concorrência, mesmo com a marca da Ambev no vasilhame. O relator também apontou que uma intervenção do Cade no sentido de proibir a AmBev de marcar as suas garrafas de um litro seria desnecessária e um golpe na concorrência do mercado de cerveja.
A investigação teve início em 2009 após denúncia dos concorrentes. O MPF entendeu que a marcação aumentaria os custos das outras cervejarias e pediu a condenação e o fim da marcação das garrafas.