O consumo nacional de energia mostrou elevação de 5,9% em abril deste ano, em relação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com dados divulgados hoje (24) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Somando-se apenas os segmentos residencial e de comércio e serviços, o aumento alcançou 8%.
O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, disse à Agência Brasil que o aumento mensal foi puxado pelos setores residencial e comercial. Os números divulgados revelam que, isoladamente, o maior incremento do consumo (9%) em abril foi registrado no setor do comércio. Os consumidores residenciais também mostraram expansão (7,3%), enquanto na indústria o crescimento foi mais moderado (2,3%).
Tolmasquim informou que, no segmento comercial, houve a incorporação de vários shoppings e hipermercados que entraram em operação no mês. “Sobretudo, se verifica um grande dinamismo no comércio varejista, cujas vendas já subiram 10% no ano”. Um fator conjuntural, a temperatura, também contribuiu para o resultado de abril, explicou.
O presidente da EPE lembrou que a alta do consumo de energia no setor residencial foi influenciada pelo aumento da renda dos trabalhadores. “Se pegarmos apenas o primeiro trimestre de 2012, nós vamos verificar que houve um aumento de 3,5% do rendimento médio do trabalhador. Isso vai influenciar o consumo”.
Salientou também o efeito embutido no consumo de energia sobre eletrodomésticos da linha branca, cuja compra foi incentivada pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). “Isso também afeta”.
Tolmasquim informou, ainda, que no setor industrial o ritmo de crescimento do consumo foi menor. Os estados que tiveram os piores desempenhos foram Minas Gerais e Espírito Santo. “Lá, houve queda devido à performance da metalurgia e da siderurgia, que estão concentradas nesses estados e que não tiveram um bom desempenho”.
Salientou, por outro lado, como ponto positivo em relação ao setor industrial, a entrada em funcionamento de fábricas de ferroliga no Pará e de ferroníquel no Pará e em Goiás. “Tem também uma série de indústrias pequenas que entraram em operação no Paraná”, afirmou.
Além disso, Tolmasquim informou que a indústria da construção civil no Rio de Janeiro também tem puxado o consumo de energia para cima com as obras do Porto de Açu, Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), obras da Copa e da Olimpíada. “A indústria da construção civil está muito aquecida”, estimou.
A tendência, disse Tolmasquim, é crescimento do consumo de energia no ano. “Está havendo uma retomada da atividade industrial. A tendência é acelerar o ritmo de crescimento do consumo de energia ao longo do ano. O ano começou meio fraco, mas a tendência é um aquecimento ao longo do período e o consumo ir aumentando”, externou.