O Banco do Brasil e a família Ermírio de Moraes preparam uma capitalização de R$ 3 bilhões no Banco Votorantim, terceira maior instituição financeira privada do País. O acerto está bem adiantado e cada sócio deve entrar com metade dos recursos. O plano é aportar R$ 2 bilhões este ano e o restante no ano que vem.
O aumento de capital, segundo fontes, seria feito com emissão privada de ações. O BB e a família Ermírio de Moraes exerceriam o direito de preferência para compra dos papéis e, com isso, não haveria diluição das participações de cada um. Hoje, o BB possui 49,99% do capital votante e o restante está nas mãos da família. O plano deverá ser avaliado nos próximos dias.
O Banco do Brasil não quis se pronunciar. Questionada sobre o plano de capitalização ou sobre informações sobre uma eventual venda de sua participação, a família Ermírio de Moraes informou à reportagem, por nota, que "a Votorantim Finanças, holding financeira da família Ermírio de Moraes, reitera que não tem qualquer fundamento a notícia de que estaria alienando sua participação no Banco Votorantim e reafirma que está preparada para a capitalização".
Com o aporte, espera-se equalizar a situação do Banco Votorantim que vem sofrendo pesadas perdas em consequência dos calotes tomados principalmente no financiamento de veículos novos. O aumento nas provisões deixou a instituição com um índice de Basileia de 13%, perto do mínimo exigido pelo Banco Central (BC) que é de 11%.
O objetivo da capitalização é dar novo fôlego ao banco. A taxa de calotes no BV triplicou desde o começo de 2011. Com isso, houve necessidade do aumento de provisões e o Votorantim passou a dar prejuízos desde meados do ano passado.